Diocese de Crato planeja cerimônia de beatificação da mártir Benigna Cardoso
Os preparativos para a cerimônia terão o auxílio do Governo do Estado; ordem de serviço da construção de Santuário também será assinada
A ordem de serviço da construção do Santuário e do Museu em devoção a menina Benigna Cardoso da Silva, a mártir Benigna, será assinada no próximo dia 15 de outubro, anunciou a Diocese de Crato, nessa sexta-feira (1º). Além disso, a Diocese afirmou que os preparativos para a cerimônia de beatificação de Benigna terão o auxílio do Governo do Estado.
Em reunião ainda na sexta-feira, o administrador diocesano, Padre José Vicente, e o paróco de Santana do Cariri, Padre Paulo Lemos, apresentaram ao governador Camilo Santana (PT) os projetos de construção do Santuário e Museu dedicados a Benigna Cardoso.
"No próximo dia 15 de outubro ocorrerá a assinatura da ordem de serviço e será lançada a pedra fundamental da construção do museu, espaço para os devotos conhecerem mais de perto a história de Benigna, contada por meio de objetos que pertenceram a ela", destaca a Diocese, em publicação nas redes sociais.
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Como será o Santuário?
A estrutura, de aproximadamente 48 mil metros quadrados, contará com uma estátua da jovem, rampas de acesso ao monumento, templo para celebração de missas campais, via pavimentada, jardim e estacionamento. O projeto será executado pela Superintendência de Obras Públicas (SOP) do Governo do Estado.
O espaço será construído no distrito de Inhumas, que fica a cerca de quatro quilômetros da sede de Santana do Cariri, onde ela foi morta, aos 13 anos, em 1941, ao resistir à tentativa de violência sexual.
Heroína da Castidade
Natural de Santana do Cariri, Benigna foi brutalmente assassinada aos 13 anos de idade, em 24 de outubro de 1941, a golpe de facas seu vizinho, Raul Alves, outro adolescente que a assediava e que tentou forçá-la a ter relações sexuais com ele. Aclamada como “Heroína da Castidade”, ela se tornará a primeira beata cearense.
Sua beatificação seria celebrada no dia 21 de outubro de 2020, em Crato, presidida pelo cardeal Giovanni Angelo Cardeal Becciu, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano, que representaria o Papa Francisco. Por causa da pandemia, foi adiada com expectativa de acontecer este ano.
O processo de beatificação
A Diocese de Crato abriu o processo de beatificação de Benigna em 2011 e, dois anos depois, foi aceito pelo Vaticano. Após ser aprovado, ela foi aclamada “Serva de Deus”. Em seguida, ao apresentar as virtudes necessárias, foi proclamada “Venerável”.
Já a beatificação é o primeiro passo para a canonização, em que a Igreja reconhece oficialmente a fama e o testemunho de santidade de alguém que viveu e morreu heroicamente, marcado pelas virtudes cristãs.
Na fase inicial, os teólogos investigaram as virtudes e as circunstâncias da morte. A comprovação de um milagre, critério necessário para tornar-se beato, é dispensado em caso de martírio. No caso da menina, que foi assassinada por um adolescente que a assediava, os populares acreditam que “ela deu a vida para não cometer pecado”.
Além da extensa documentação que a equipe diocesana enviou à Sede da Igreja Católica, o Vaticano solicitou, em 2016, depoimentos de pessoas que viveram entre as décadas de 1940 a 1980, relatando graças alcançadas e a consciência popular do martírio de Benigna.
Com a aprovação da Comissão dos Teólogos, a fase mais longa do processo, restou aos bispos discutirem a aprovação da beatificação da menina para, em seguida, encaminhar para o Papa Francisco.