Começa vacinação contra aftosa para animais de até 24 meses

A expectativa é de que o Ceará alcance o status de "Estado livre de aftosa sem vacinação” em 2023

Escrito por Honório Barbosa , regiao@svm.com.br
Gado no campo
Legenda: Atualmente, o Ceará e outros estados nordestinos são considerados livres de aftosa com vacinação
Foto: Honório Barbosa

A segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa começou nesta segunda-feira (1º) e se estende até o próximo dia 30. Na fase atual, os criadores de bovinos e bubalinos devem vacinar apenas os animais de até 24 meses contra febre aftosa. São cerca de 950 mil no Ceará. A estimativa é da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adagri).

O coordenador estadual da campanha, Joaquim Sampaio renovou o apelo aos criadores. “Não devemos deixar para a última hora e precisamos avançar com a imunização dos animais para que o Ceará alcance o status de Estado livre de aftosa sem vacinação”, pontuou. Isso depende da adesão às campanhas deste e do próximo ano. “O criador é o principal beneficiado”.

Outra observação feita por Joaquim Sampaio é a necessidade de o criador apresentar a declaração de imunização. “É tão importante, quanto a própria vacinação para evitar aplicação de multa e o Estado manter a estatística atualizada”.

O criador de bovinos Edmilson Vieira, da localidade de Jurema, zona rural de Jucás, disse que costuma comprar e aplicar a vacina no primeiro fim de semana, logo após o início da campanha. “A gente fica logo despreocupado e cumpre a obrigação”, frisou.

Marlene Sena, criadora de uma dezena de vacas leiteiras e funcionária pública no sítio Quixoá, zona rural de Iguatu, também já programou a vacinação para o próximo fim de semana. “Depois do feriado de finados, vou comprar as doses, que são poucas, e vacinar os animais, que nesta etapa são somente os pequenos”.  

Vacinação contra febre aftosa
Legenda: Na primeira etapa da vacinação realizada neste ano, houve necessidade de prorrogação por causa da baixa adesão dos criadores à campanha e o impacto da pandemia do novo coronavírus
Foto: Honório Barbosa

Atualmente, o Ceará e outros estados nordestinos são considerados livres de aftosa com vacinação. A expectativa é que a região se torne livre da doença sem vacinação, eliminando, portanto, a exigência obrigatória da imunização do rebanho.  

De acordo com levantamento da Adagri, o Ceará tem cerca de 2,7 milhões de bovinos e bubalinos. Na primeira etapa da campanha de vacinação contra a aftosa, neste ano, realizada entre maio e junho, o Ceará alcançou o índice de cobertura de 87,57%, mas após etapa subiu para 89%, ou seja, ficou no entorno da meta mínima definida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que é de 90%.

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Expectativa

A expectativa dos estados nordestinos é que depois das duas etapas da campanha, em maio e novembro de 2022, a região possa ficar dispensada de vacinação em 2023, mas tudo vai depender de análise dos técnicos do Mapa e dos índices alcançados até lá.

“A campanha de novembro de 2022 deverá ser a última”, espera o coordenador do Programa de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa da Adagri, Joaquim Barros Sampaio. “Mas para isso, temos de fazer a bossa parte, ou seja, vacinar os animais”.

Na primeira etapa realizada neste ano, houve necessidade de prorrogação por causa da baixa adesão dos criadores à campanha e o impacto advindo da pandemia do novo coronavírus. O prazo inicial era até 31 de maio, mas se estendeu até o dia 3 de julho passado.

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A declaração de imunização dos animais pode ser apresentada nas instituições parceiras da Adagri, no interior do Ceará, e existe também a possibilidade de encaminhar o documento por meio do Portal do Produtor.

São parceiros da Campanha a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec/Senar), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece) e Secretarias de Agricultura municipais.

Gado no campo
Legenda: A expectativa é que a região se torne livre da doença sem vacinação, eliminando, portanto, a exigência obrigatória da imunização do rebanho.
Foto: Honório Barbosa

A doença

A febre aftosa é causada por um vírus que tem o contágio fácil, e acomete principalmente os animais de produção como bovinos, suínos, caprinos, ovinos e outros animais, em especial os de cascos bipartidos (cascos fendidos).

O chefe da Divisão de Defesa Agropecuária do Mapa, André Brandão Alves, disse que existem muitos riscos em deixar de vacinar os animais. “O contágio entre o rebanho é de risco através do contato direto ou indireto entre os animais, por circulação do vírus”.

Os animais com a doença têm “dificuldade de se alimentar por ter úlceras na boca, na língua e nas patas, locomoção prejudicada, podendo levar até mesmo à morte”, pontuou o especialista.

“O aparecimento de febre aftosa em um rebanho é extremamente prejudicial à economia do produtor e traz reflexo direto à economia nacional”, disse o médico veterinário da Ematerce, Mauro Nogueira. “A prevenção da doença se dá com a vacinação”.

 

 

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