Com 25 anos de profissão, enfermeira mais antiga de Crato é a primeira a ser vacinada no Município

Já na cidade vizinha de Juazeiro do Norte, a primeira pessoa imunizada foi a auxiliar de Serviços Gerais, Maria Auxiliadora Lima da Silva. Ambos os municípios realizaram a vacinação na manhã desta terça (19)

Escrito por André Costa/Lorena Tavares/Antonio Rodrigues , regiao@svm.com.br
Foto: Lorena Tavares

Após Barbalha, as cidades de Crato e Juazeiro do Norte iniciaram o processo de imunização contra a Covid-19 na manhã desta terça-feira, 19. A primeira pessoa a ser vacina em Crato, foi a enfermeira Ana Cadja Sá Cavalcante Macedo. Ela tem 25 anos de atuação na área da saúde e é a profissional mais antiga do Município.

Cadjá, de 60 anos, disse que a chegada da vacina representa um "alívio por afastar a possibilidade de casos graves". A cidade soma 113 mortes pelo coronavírus, conforme última atualização do IntegraSus, plataforma oficial da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). 

> Buscas por vacina disparam no Google nos últimos 7 dias

A segunda pessoa vacinada em Crato foi o condutor socorrista do Samu, Eugênio Araújo. O ato simbólico foi realizado às 7h30, aos pés da Estátua de Nossa Senhora de Fátima. O local foi escolhido "por simbolizar a fé e esperança", conforme pontuou a Prefeitura. A cidade de Crato recebeu 1.312 doses do imunizante.

Legenda: A segunda pessoa vacinada em Crato foi o condutor socorrista do Samu, Eugênio Araújo.
Foto: Divulgação

O Município divulgou que amanhã deve começar a vacinação nos demais profissionais da saúde. O esquema seguirá o padrão das outras cidades, tendo como prioridade os profissionais da linha de frente de enfrentamento, como aqueles que trabalham nas UTIs e UPAs.

O Planejamento da vacinação estará sendo executado inicialmente para cerca de 1.300 pessoas, incluindo 34% dos profissionais de saúde, 67 idosos de dois abrigos.

Ouça podcast sobre a vacina: 

Na cidade de Juazeiro do Norte, a vacinação teve início por volta das 8 horas. A escolhida para dar início ao processo de imunização foi a auxiliar de Serviços Gerais, Maria Auxiliadora Lima da Silva, de 44 anos. Ela disse ter sido comunicada da vacinação "minutos antes", mas, apesar da surpresa, se mostrou emocionada. 

"É uma alegria muito grande. Fica até difícil encontrar palavras para descrever esse momento. Todo dia a gente lida com pacientes graves. Durante meses vemos o sofrimento das famílias, então essa vacina traz esperança, muita esperança". 

Após a vacinação, Auxiliadora incentivou outras pessoas a tomarem o imunizante. "Não tenham medo. Essa vacina só trará benefício para todos. Peço que todos tomem [a vacina] para que a pandemia seja superada". 

Maria Auxiliadora recebe a primeira dose do imunizante contra o novo coronavírus
Legenda: Antonio Rodrigues

Das três principais cidades do Cariri (Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha), Juazeiro do Norte foi a que recebeu o maior número de doses da CoronaVac. As 3.106 doses chegaram ontem a noite, por volta das 23h30. O quantitativo representa 34% dos 9.175 profissionais de saúde de Juazeiro do Norte. A secretária da Saúde do Município, Francimones Albuquerque explicou que hoje a tarde serão vacinados os profissionais da Unidade Sentinela e, amanhã (20), os que atuam nos hospitais da cidade. 

"Agora pela manhã vacinamos 15 profissionais da UPA Covid, aqui no bairro Lagoa Seca e a tarde vamos vacinar outros 16 da Unidade Sentinela. Amanhã vamos nos deslocar até os profissionais para evitar aglomeração", detalhou Francimones.

O coordenador da Unidade Covid de Juazeiro do Norte, George Bringel, analisa que o fato de ter toda sua equipe vacina confere mais segurança no momento de trabalhar. "Todos ficamos mais tranquilo. E esse sentimento reflete no resultado do trabalho. Todos nós tivemos que nos readequar desde o início da pandemia. Então essa vacina é um marco. Representa um grande avanço".

A tranquilidade a qual se refere Bringel é compartilhada pelo maqueiro Alcione Ferreira Passos, de 46 anos. Ele foi um dos vacinados na manhã desta terça em Juazeiro do Norte e confessou "que trabalhava com bastante medo". Atuando na Unidade há 7 meses, Alcione relata que, apesar de não ter contraído o vírus, amigos e parentes já se contaminaram e ele, então, presenciou de perto "o sofrimento".

"Quem pegou sabe: é uma doença que maltrata bastante e deixa sequelas. Graças a Deus nunca tive, mas sei o sofrimento que é. Eu trabalhava com muito medo de me contaminar. Redobrei os cuidados. Era um ritual diário. Foram meses difíceis, duros, mas que agora tende a mudar com a chegada dessa vacina", relatou. 

 

 

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