Cariri é “cemitério” de projetos sem conclusão

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Foto: Antônio Vicelmo

O Cariri está se transformando num “cemitério” de obras inacabadas e projetos agropecuários mal administrados: ginásio, shopping e teatro sem conclusão figuram na lista do desperdício do dinheiro do povo. Um dos casos mais graves é o do Ginásio Coberto do Crato, cuja construção foi iniciada, há mais de 20 anos, na gestão do então prefeito Pedro Felício Cavalcanti, já falecido. No antigo campo do Esporte Clube do Crato, hoje considerada área nobre da cidade, uma vez que fica ao lado da Universidade Regional do Cariri (URCA), foram enterradas toneladas de cimento e ferro. O sonho da juventude cratense de ter um ginásio esportivo ficou somente nas fundações que agora estão cobertas pelo mato. Esta semana, o secretário especial do prefeito, Walter Peixoto, Francisco Everardo Esmeraldo, anunciou a liberação de recursos para construção do Ginásio Poliesportivo. O dinheiro, segundo o secretário, já se encontra na Caixa Econômica.

A história vem de longe. O terreno e a estrutura iniciada foram repassados para a URCA, que também não conseguiu dar andamento à obra. A área está servindo exclusivamente para o estacionamento de veículos no período da Exposição Agropecuária do Crato. O atual reitor da Universidade, André Herzog, já enviou dois projetos ao Ministério da Educação e Cultura mas, até o momento, não conseguiu a liberação de recursos para a conclusão do ginásio. Falou pessoalmente com o deputado Inácio Arruda, que apresentou outra alternativa: a construção de uma das quatro Vilas Olímpicas, destinadas ao Ceará, no Crato.

A conclusão desse ginásio, segundo o reitor, é de fundamental importância para o Curso de Educação Física da Universidade que está utilizando a quadra esportiva do Sesi. Francisco Esmeraldo também “rodou” os ministérios à procura de recursos para o Ginásio Esportivo do Crato. Só recebeu promessas. Na mesma situação encontra-se o Teatro Municipal do Crato. Até o momento, não foram liberados os recursos para sua conclusão. O Crato espera também o término da sede do Instituto Cultural do Cariri.

O reitor André Herzog lamenta também a paralisação das obras de construção do Museu de Paleontologia de Santana do Cariri. O projeto ficou pela metade, diz o reitor, lembrando que o Museu de Santana é um dos maiores referenciais da Universidade. O edifício, um patrimônio da cidade construído na década de 20, sob os auspícios do boticário Joaquim Ferreira Lima, farmacêutico prático de relevante folha de serviço à comunidade regional.

Durante mais de 50 anos realizou as funções de centro polarizador da vida social da pequena cidade: era ponto comercial, sede do melhor botequim e dormitório dos visitantes e turistas.

Vendido à Prefeitura Municipal na década de 70, passou a abrigar órgãos da administração pública. Foi posto de revenda da Codagro e Almoxarifado Municipal, e reformado na década de 80 para sediar o Museu de Paleontologia, obedecendo o projeto da arquiteta Liane Arraes. Em 1991 foi equipado pela URCA, que assim inicia a implementação do Complexo Paleontológico da Chapada do Araripe.

Antônio Vicelmo
sucursal Crato