´Calombo´ em cão

Escrito por Redação ,
Maria da Graça Pereira de Lima, de Fortaleza, tem uma Dog Alemão, de 4 anos. Ela diz que apareceu no dorso da cadela um "calombo", parecendo uma glândula inflamada, na altura do pescoço. O calombo já está há um ano. Não aumenta, não coça, mas causa preocupação à criadora. Ela quer saber o que fazer para a saúde e o bem-estar do animal.

A pele do animal é a primeira barreira de defesa contra as agressões do meio externo. Toda alteração nesta parte deve ser vista e acompanhada o mais breve possível pelo veterinário.

Traumas por pancadas, perfurações sutis ou pequenos sangramentos subcutâneos podem causar formações de bolsas de líquidos, como exsudação tecidual, sangue, coágulos ou até mesmo secreção purulenta. Estas "coleções" ou abscessos podem permanecer por bastante tempo até fistularem ou serem absorvidos pelo organismo.

Os linfonodos, ou gânglios de defesa, podem sofrer alterações em determinados processos inflamatórios, aumentando-se de volume e tornando-se bem palpáveis, adquirindo aspecto de nódulos endurecidos e algumas vezes doloridos à palpação.

A região que foi relatada no animal é bem comum à presença destes linfonodos ativados, principalmente em casos de viroses, infecções bacterianas e fúngicas.

Outra origem possível de nódulos na pele é a neoplasia ou tumores. Estes possuem causas diversas, podem advir da própria pele ou por metástase de outros sistemas acometidos. Não é comum uma neoplasia em um cão desta idade, entretanto não se pode subestimar essa possibilidade. Uma massa com rápido crescimento e de coloração ou bordas irregulares deve ser investigado sob suspeita de câncer. No entanto são também comuns os lipomas, que são neoplasias benignas constituídas de tecido adiposo.

Assim, para o diagnóstico correto e tratamento é fundamental a avaliação de um médico veterinário. Pela idade do paciente, histórico clínico, consistência do nódulo e localização pode-se chegar a uma causa possível.

Muitas vezes é necessário a realização de exames complementares, como raios-x e citologia da lesão, dentre outros, para se chegar à conclusão do quadro e a melhor terapêutica a ser adotada. O tratamento geralmente é cirúrgico, desde a simples punção e drenagem se for um conteúdo líquido ou até mesmo a éxere da massa ou nódulo. Finalmente, pelo seu relato, acredito que seja uma formação benigna, mas que precisa ser analisada mais de perto e com certa urgência para evitar maiores complicações.

REGINALDO PEREIRA DE SOUSA FILHO
Médico veterinário. Esta coluna é uma parceria com a Favet-Uece. Interessados em tirar dúvidas sobre seus animais, contatar o anavaleria@diariodonordeste. com.br ou pelos fones (85) 3266.9790/ 3266. 9771