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Veja como votaram os deputados cearenses em projeto que cria o marco temporal para terras indígenas

O dispositivo só permite a demarcação de áreas que já estavam ocupadas por indígenas até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição

Escrito por Ingrid Campos , ingrid.campos@svm.com.br
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Legenda: Na última quarta-feira (24), a Casa votou a urgência do projeto, o que acelerou o seu trâmite.
Foto: Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), colocou em pauta e os deputados federais votaram, nesta terça-feira (30), o projeto de lei que regulamenta o marco temporal sobre terras indígenas. A matéria foi aprovada por 283 a 155 votos (uma abstenção). Boa parte da da bancada cearense participou da votação, com apenas duas ausências.

O dispositivo só permite a demarcação de áreas que já estavam ocupadas por indígenas até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. 

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Na prática, entidades da área apontam que o dispositivo vai beneficiar apenas ruralistas, tendo em vista que muitos povos estavam fora de suas terras originárias à época devido às expulsões causadas por posseiros, entre outros processos pós-coloniais.

Como votaram os deputados cearenses sobre o marco temporal

  • AJ Albuquerque (PP): ausente
  • André Fernandes (PL): sim
  • André Figueiredo (PDT): não
  • Célio Studart (PSD): não
  • Danilo Forte (União): sim
  • Dayany Bittencourt (União): sim
  • Domingos Neto (PSD)*
  • Dr. Jaziel (PL): ausente
  • Eduardo Bismarck (PDT): não
  • Eunício Oliveira (MDB)*
  • Fernanda Pessoa (União): sim
  • Idilvan Alencar (PDT): não
  • José Airton (PT): não
  • José Guimarães (PT): não
  • Júnior Mano (PL): sim
  • Leônidas Cristino (PDT): não
  • Luiz Gastão (PSD): sim
  • Luizianne Lins (PT): não
  • Matheus Noronha (PL): sim
  • Mauro Benevides Filho (PDT): não
  • Moses Rodrigues (União): sim
  • Yury do Paredão (PL): sim

*Sem atualização no site da Câmara, que indica a presença dos dois. Assessorias dos deputados foram demandadas para saber o voto, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.

Marco temporal

Na última quarta-feira (24), a Casa votou a urgência do projeto, o que acelerou o seu trâmite. O texto, apresentado em 2007 pelo ex-deputado Homero Pereira (PR-MT), foi resgatado por parlamentares ligados a latifundiários à época do primeiro julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema.

A análise do marco temporal pela Corte foi suspensa, mas as discussões ganharam força na bancada ruralista do Congresso, que compõe, entre outros blocos, o Centrão de Lira. O Supremo deve retomar a análise em 7 de junho.

Um requerimento de retirada do projeto de pauta chegou a ser apreciado nesta terça, mas foi rejeitado por 257 votos a 123. 

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