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Técio Nunes relata vivência na periferia e infraestrutura social deficitária no Debate PontoPoder

Candidatos a Prefeitura de Fortaleza participaram do debate realizado pelo Sistema Verdes Mares nesta quarta-feira (28)

Escrito por Ingrid Campos , ingrid.campos@svm.com.br
Técio Nunes, Psol, eleições, Fortaleza
Legenda: Candidato Técio Nunes
Foto: Fabiane de Paula

Candidato do Psol à Prefeitura de Fortaleza, o produtor cultural Técio Nunes participou do Debate PontoPoder nesta quarta-feira (28) e resgatou a origem em região carente da Capital. Temas como moradia popular e segurança pública foram abordados pelo postulante sob a ótica de valorizar as discussões na periferia e reforçar a infraestrutura social na cidade.

“Eu tô aqui falando de uma realidade, não porque marqueteiro me mandou falar, é a realidade que eu vivo, é de onde eu vim e eu sei que é de onde a maioria da cidade vem: as periferias. As periferias têm poder, as periferias são a solução, e não o problema”, declarou o candidato. 

Ao ser questionado por George Lima (SD) a respeito do déficit habitacional em Fortaleza, Técio lembrou que a capital cearense apresenta o maior índice em carência de moradia e que pretende acabar com essa realidade. Além disso, destacou a necessidade de investir em equipamentos públicos no entorno de moradias populares. 

Nós não podemos apostar numa cultura de construir habitações e jogar essas pessoas à margem da nossa cidade sem direito nenhum. Lá no residencial Ana Facó ou José Euclides existem problemas básicos de atendimento da Prefeitura. A gente precisa apostar numa política que garanta direito à assistência da Prefeitura, onde tenham residenciais cobertos com políticas públicas, com posto de saúde perto, com segurança. A gente não pode deixar esses residenciais ao léu, abandonados. (A ideia é) Zerar o déficit habitacional e garantir politica pública para esses residenciais. 
Técio Nunes (Psol)
Candidato à Prefeitura de Fortaleza

O candidato do Psol também chamou atenção para a necessidade de uma “política efetiva e estratégica” para lidar com a segurança pública, em parceria com o Estado e com a União. 

“O tráfico é uma indústria, e para essa indústria ser desmantelada, precisamos de inteligência, de política pública efetiva nos territórios, de uma prefeitura que tope usar seu poderio e sua máquina para disputar esses territórios com política pública eficiente, dando oportunidade a quem não tem, aos nossos jovens e nossas crianças”, afirmou. 

“Disputando esses territórios e disputando essas vidas, nós vamos dar perspectiva de futuro que não seja essa que está arruinando nossas comunidades. [...] A gente precisa pensar de forma estratégica”, completou.

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Sorteio de temas

Houve, ainda, o sorteio de temas entre os candidatos, em que assuntos eram escolhidos aleatoriamente para que os concorrentes fizessem perguntas, réplicas e tréplicas. Neste bloco, Técio foi questionado por George Lima sobre a alimentação oferecida nas creches na Capital e pôde direcionar perguntas a José Sarto (PDT) sobre a Guarda Municipal.

No primeiro caso, o psolista citou matéria do Diário do Nordeste sobre a fila de espera que famílias enfrentam para matricular seus filhos em creches. 

“Segundo o próprio Diário do Nordeste, milhares de famílias, têm esse direito negado. Tem gente que passa de um ano a quase dois anos para conseguir ter acesso às creches públicas municipais. [...] É um absurdo em uma das maiores capitais do Brasil, Fortaleza, ter o maior PIB do Nordeste, e nossas crianças não terem direito à creche”, avaliou Técio.  

Além de prometer acabar com as filas, o candidato mirou na valorização profissional do corpo docente dessas instituições, caso seja eleito. 

“Vamos construir mais creches para as nossas crianças, vamos apostar numa política onde a gente tenha creches que valorizem nossos profissionais, que sejam inclusivas. Há vários relatos de pais e mães que têm filhos com autismo e não conseguem acessar essas creches com qualidade. Precisamos mudar essa realidade de verdade e para melhor”, projetou. 

Técio Nunes também confrontou José Sarto sobre a valorização profissional da Guarda Municipal e seu Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). O postulante a prefeito pelo Psol ainda perguntou ao atual prefeito sobre a zombaria feita por outro candidato a respeito da Patrulha da Diversidade, iniciativa criada no âmbito da Guarda para acolher vítimas de LGBTfobia em Fortaleza.

“Os guardas municipais, todos com quem a gente conversa, relatam que existe um problema sério de relação com a Prefeitura. Eles lutam há anos, inclusive, o SindGuardas, para poder construir e valorizar ainda mais o seu plano de cargos e carreiras. Segundo os próprios guardas, eles não conseguem avançar nesse diálogo e nessa negociação com o prefeito Sarto”, relata. 

Regras do debate

O Debate PontoPoder teve quatro blocos. No primeiro, os candidatos fizeram uma apresentação pessoal e, depois, participaram da primeira rodada de perguntas com tema livre. Nesse momento, cada candidato fez uma pergunta e respondeu, também, a uma pergunta. 

Já no segundo bloco, as perguntas entre os candidatos tiveram um tema definido, sorteado na hora pelo mediador do debate. Depois, no terceiro bloco, a rodada de perguntas teve, novamente, tema livre. Importante lembrar que, nesses dois blocos, cada candidato também fez uma pergunta e respondeu a uma pergunta.

Por último, no bloco final, os candidatos fizeram  suas considerações finais.

Resumo dos blocos

  • 1° bloco: apresentação pessoal e perguntas entre os candidatos com tema livre;
  • 2° bloco: perguntas entre os candidatos com tema definido;
  • 3° bloco: perguntas entre os candidatos com tema livre;
  • 4° bloco: considerações finais.
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