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Milton Ribeiro declara que Bolsonaro não viu 'nada de mais' em áudio e que segue no cargo

Em gravação vazada, ministro da Educação admitiu priorizar prefeitos sugeridos pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura

Escrito por Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo ,
Legenda: Solenidade de Posse do senhor Milton Ribeiro, Ministro de Estado da Educação
Foto: Isac Nóbrega/PR

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não viu "nada de mais" no áudio vazado e que seguirá à frente da pasta. A declaração foi dada à CNN Brasil, nesta quarta-feira (23), após o titular da pasta admitir que prioriza prefeitos sugeridos por pastor.

O ministro ainda declarou que não pode responder pelos pastores envolvidos no suposto escândalo de corrupção. Apesar da crise política, reforçou que não deixará o cargo por apego a ele. 

"Presidente me ligou e disse: Milton, não vejo nada de mais que você falou no áudio e disse que eu estava gozando da confiança dele. O que Bolsonaro falou é que permaneço no cargo".
Milton Ribeiro
Chefe da Educação

Milton ainda manteve a estratégia de isentar Bolsonaro do gabinete paralelo instalado no MEC. De acordo com o ministro, os pastores foram recebidos a pedido do presidente, mas não receberam tratamento especial.

"Em nenhum momento o presidente pediu tratamento especial. Não pediu para atender, pediu para eu receber", disse. "Gostaria de registrar que eu recebo a todos", acrescentou. 

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Conversa gravada

Em uma conversa gravada, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, admitiu que prioriza o atendimento a prefeitos que chegam ao ministério por meio dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, seguindo ordem do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ministro foi gravado falando a dirigentes municipais dentro do ministério e, na conversa, diz que a liberação de recursos foi um "pedido especial" de Bolsonaro.

"Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do (pastor) Gilmar (Santos)", diz ele. Arilton Moura e Gilmar Santos estavam presentes na reunião.

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Um dos pastores apontados como responsáveis por comandar esse gabinete paralelo no Ministério da Educação (MEC) teria pedido pagamentos em dinheiro e em ouro em troca de atuar para a liberação de recursos para a construção de escolas e creches.

Segundo o gestor, Arilton Moura propôs que ele pagasse R$ 15 mil antecipados para protocolar as demandas da cidade e, após a autorização do dinheiro público, o gestor deveria entregar mais um quilo de ouro — avaliado em R$ 303 mil na cotação desta quarta-feira (23). 

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