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Iraguassú Filho deverá ser o novo líder de Sarto na Câmara de Fortaleza, sinalizam pedetistas

Se confirmado, o vereador deverá substituir Carlos Mesquita (PDT), que estava na função desde janeiro deste ano

Escrito por Bruno Leite , bruno.leite@svm.com.br
Iraguassu Filho
Legenda: Anúncio deve ser feito, ao que disseram membros da bancada pedetista, entre hoje (28) e amanhã (29).
Foto: Érika Fonseca / CMFor

O vereador Iraguassú Filho (PDT) deverá ser o novo líder do prefeito José Sarto (PDT) na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). O indicativo foi revelado pelo vereador Adail Júnior (PDT) e confirmado por membros da base ao Diário do Nordeste nesta terça-feira (28).

"Tem até uns comentários nos bastidores de que deva ser o vereador Iraguassú Filho. Acredito que tem perfil, articula bem, transita bem na oposição, nas reivindicações, nos sindicatos, na base", pontuou Adail, afirmando que as sinalizações são do próprio Executivo. 

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Ele disse ainda que torce para que o colega seja admitido na liderança e que "tudo indica" que a oficialização pelo gestor municipal irá acontecer ainda nesta terça-feira ou, no mais tardar, na quarta-feira (29).

Outra pessoa que integra a bancada pedetista no Plenário Fausto Arruda confirmou para a reportagem o que foi dito por Adail. Segundo ela, o martelo já foi batido e a decisão deve ser comunicada nos próximos dias pelo chefe da máquina pública do Município.

Provocado a falar sobre o assunto, o parlamentar apontado como o escolhido de Sarto evitou antecipar a definição anunciada por integrantes do partido. Ao que disse, a comunicação do assunto é "uma prerrogativa do prefeito" e deve ser feita "no tempo que ele achar oportuno". 

"Há um diálogo com a Câmara Municipal, com os vereadores da base, e é natural que algumas especulações aconteçam. Desde a semana passada, algumas pessoas têm me perguntado, e eu não tive um diálogo com o prefeito ainda para que ele me fizesse o convite oficialmente", argumentou Iraguassú.

Ele, entretanto, salientou que está à disposição do governante para exercer a tarefa. "É um governo que a gente defende e acredita, é uma gestão exitosa, de obras, acima de tudo, de preocupação com a população", afirmou, enumerando outras realizações como atributos para que aceite o chamamento.

Interlocutores a par das negociações relativas à escolha indicaram que o vereador foi avisado do interesse do prefeito em ter uma reunião com ele para tratarem da nomeação. Por incompatibilidade na agenda, o encontro não pôde ser realizado ainda. 

Líder de Sarto até dezembro do ano passado, o presidente da Casa, Gardel Rolim (PDT), manteve um distanciamento quanto ao assunto e levantou a possibilidade da continuidade do dono da vaga no desenvolvimento das atividades.

"Acho que qualquer um dos dois, se mantido o (Carlos) Mesquita ou se o Iraguassú assumir, a liderança do governo estará bem entregue. São vereadores respeitados na Câmara, dialogam bem com os colegas vereadores, entendem bem o projeto que o PDT defende, tem uma proximidade com o prefeito Sarto e com a gestão como um todo", justificou.

Para o dirigente do Legislativo, a seleção da figura que irá tocar a missão é de total incumbência do prefeito que, nas palavras dele, está "depurando" o próximo passo que será tomado. "Vamos aguardar. Esta decisão é de foro muito pessoal do prefeito. É ele quem escolhe seu líder para a Câmara Municipal", finalizou

Dança das cadeiras

A escolha de um nome para a função estratégica se tornou factível na semana passada, quando Sarto tornou público o pleito de destituição do atual líder do governo, Carlos Mesquita (PDT). 

O pedido aconteceu após o político se envolver em uma polêmica por declarar, no último dia 9 de novembro, em meio a uma sessão legislativa, que a Prefeitura de Fortaleza teria cortado verbas para o Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio) de maneira proposital.

O objetivo da suspensão de recursos públicos para o tratamento de pacientes com câncer, justificou, seria pressionar o Governo do Estado a também contribuir com o financiamento dos serviços ofertados na unidade. 

"A Prefeitura arcava com tudo, aí o corte que dizem que o Município fez, foi proposital, para ver se o Estado se mancava e pagava a parte dele. E não teve esse 'semancol' e não pagou. Mesmo com esse apelo e com essas falas aqui, o Estado não pagou. Então, o que o Município, com Sarto, fez há poucos dias? Foi lá aditar o contrato para pagar o que o Estado não estava pagando", disparou no dia do episódio.

Na ocasião em que fez o anúncio da solicitação, o mandatário revelou que Mesquita alegou se sentir "sobrecarregado com a carga política". "Ele não foi destituído, ele pediu para sair. Eu devo ter uma conversa com ele hoje ainda, não sei se vai dar tempo porque nós estamos com a agenda um pouquinho complicada, mas nós não definimos, não houve destituição", alegou.

A despedida da função estratégica não foi formalizada de prontidão. O intuito do prefeito, pelo que ele mesmo disse no dia em que anunciou a provável saída do correligionário, seria conversar com o governista sobre os rumos da estratégia política na Casa Legislativa.

Inicialmente, uma conversa teria sido marcada para o dia seguinte, terça-feira (21), mas na quarta-feira (22) nenhuma definição foi divulgada, tanto pelo parlamentar quanto pelo prefeito. Questionado sobre o assunto na quarta, Mesquita indicou que ainda teria outro encontro para que pudesse definir seu futuro na Câmara.

Na sexta-feira (24), fontes ligadas ao PDT afirmaram que o martelo não havia sido batido. Assim, por ora, o líder estaria mantido e aguardaria uma segunda ordem do mandatário. A permanência na base, entretanto, seria uma certeza, mesmo com a retirada dele da atribuição.

Nesta segunda-feira (27), outros interlocutores alegaram que ainda não havia nenhum diálogo de forma decisiva. No entanto, tratativas com nomes cotados para a vaga já haviam sido ensaiadas por Sarto. 

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