De licença da Câmara até março, Ronivaldo Maia pode sofrer processo disciplinar no PT
Comissão estadual que apurou os fatos constatou indícios de infração ao código de ética do partido. Vereador foi solto hoje após dois meses em prisão
A comissão especial formada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para apurar a conduta do vereador Ronivaldo Maia (PT), que há dois meses foi preso em flagrante por tentativa de feminicídio, concluiu que há elementos que indicam que o político infringiu o código de ética do partido e vai sugerir a abertura de um processo disciplinar contra ele.
A informação foi repassada ao Diário do Nordeste pelo vereador Guilherme Sampaio, presidente do diretório municipal do PT em Fortaleza. De acordo com o parlamentar, a comissão especial, montada em âmbito estadual, teve acesso ao processo na Justiça, entrevistou a vítima e ouviu, também, o vereador Ronivaldo.
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“Esse trabalho foi iniciado ainda em dezembro, concluído nos últimos dias e encaminhado ao (diretório) estadual. Acredito que na próxima reunião esse assunto deve ser tratado porque processos disciplinares se dão no âmbito da comissão de ética”, garantiu Guilherme, reforçando a “responsabilidade histórica do PT na luta contra a violência doméstica”.
Internamente, na Câmara Municipal, não houve nenhuma representação contra o vereador Ronivaldo Maia, segundo a presidência da Casa.
Soltura
Licenciado da Câmara por quatro meses, desde dezembro, Ronivaldo foi solto nesta terça-feira (1º) por um habeas corpus concedido em julgamento da 3ª Câmara Criminal, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).
O parlamentar deve respeitar medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica; recolhimento domiciliar noturno (de 20h às 6h); impedimento de contato com a vítima e com as testemunhas e comparecimento mensal à Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
A soltura de Ronivaldo pegou de surpresa os vereadores que compareceram à abertura dos trabalhos legislativos da Casa nesta terça (1º). A vereadora Larissa Gaspar (PT), por exemplo, disse à reportagem que ainda deve procurar o correligionário para conversar.
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"Imagino que tenha sido um processo muito difícil. Nem sei se ele vai querer esse nível de exposição. Não sei, é preciso conversar com ele e ouvir o que está pensando, se quer retornar ou não (à Câmara)", disse a parlamentar.
Guilherme Sampaio também afirmou que cabe ao vereador a decisão sobre tomar posse novamente de seu posto na Câmara, hoje ocupado por Dr. Vicente (PT). "A decisão em relação à licença é dele (Ronivaldo). Não tenho nenhuma informação relativa a quais serão as decisões dele após o término dessa licença. Presumo que a prioridade do vereador seja apresentar sua defesa no âmbito judicial", comentou o parlamentar.