'Busca de consenso': PT de Fortaleza deve adiar definição de nome para a Prefeitura em 2024
Executiva do partido se reuniu nesta quarta-feira (1º) e um novo encontro foi marcado para o próximo sábado (11), com horário e local ainda a ser definido
A menos de um ano das eleições e em meio à disputa entre pré-candidaturas dentro do próprio partido, o PT Fortaleza realizou um encontro da executiva municipal para avaliar os cenários para o pleito do próximo ano. Conforme o presidente da sigla na Capital, o deputado estadual Guilherme Sampaio (PT), os dirigentes sinalizaram o interesse em tomar decisões consensuais.
A executiva ainda indicou que a escolha do nome para liderar a chapa no pleito deve ficar mesmo para 2024. A discussão será ampliada para o diretório da legenda na Cidade. Um novo encontro foi marcado para o próximo sábado (11), com horário e local ainda a ser definido.
“Se eu pudesse resumir o sentimento ou os resultados desta reunião de hoje em uma palavra é unidade (...) avaliamos a força de uma candidatura desse campo político que foi vitorioso em 2022 e a importância de construirmos uma tática eleitoral que garanta a unidade da base do governador Elmano de Freitas em Fortaleza em 2024”
Atualmente, o PT tem três pré-candidaturas postas: a da deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins e a dos deputados estaduais Guilherme Sampaio e Larissa Gaspar. O petista Arthur Bruno, assessor de assuntos municipais do Governo do Ceará, também é apontado por alguns integrantes da sigla como um possível postulante.
Além deles, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão, que está em processo de saída do PDT, também é cotado para se filiar e liderar uma chapa petista.
Veja também
“Não precipitarmos nenhuma decisão sem que a gente faça um esforço compartilhado buscando um consenso progressivo dentro do partido ou uma ampla maioria em torno das definições que a gente tem que tomar para montar uma chapa, para apresentar nomes para os partidos aliados”, ressaltou Sampaio.
Ele reforçou ainda que, além da unidade interna na sigla, também é preciso buscar alinhamento com o PCdoB e o PV, legendas federadas ao Partido dos Trabalhadores.
“Consenso progressivo”
De acordo com o presidente do PT Fortaleza, a reunião desta quarta-feira também serviu para que a executiva definisse como “mais relevante” a criação do “tempo necessário para que o consenso progressivo vá sendo construído”. A intenção dos dirigentes é definir uma candidatura única na sigla e evitar a ida para as prévias.
O impasse ocorre porque nenhuma corrente petista sozinha possui nem perto da maioria do apoio necessário para bancar uma candidatura, ainda que sem apoio das outras. Ao todo, o diretório é composto por 46 pessoas.
“Eu, como presidente do PT, vou perseguir exaustivamente a unidade e a busca de um consenso. Isso é possível, como está demonstrado nesta reunião. E, quando não temos consenso, vamos buscar uma ampla maioria para uma determinada tese. Quando a gente chega nos prazos das definições e não alcançamos esse consenso, temos nossos mecanismos democráticos que, no momento oportuno, poderão ser utilizados. Isso, para o PT, não é nenhum problema”
“Nós consideramos que Fortaleza tem uma especificidade (...) nós não podemos tratar o calendário de definições eleitorais do PT do mesmo jeito que nós vamos tratar o calendário de definições eleitorais dos outros 5.500 municípios do Brasil, que tem características absolutamente distintas”, reforçou Guilherme Sampaio.
Com esse tempo, aponta o presidente do PT Fortaleza, também será possível que lideranças políticas como o ministro da Educação Camilo Santana e o governador Elmano de Freitas possam se manifestar.
Veja também
Mudanças no diretório
Guilherme Sampaio ainda comentou sobre a crítica feita por alguns petistas de que houve troca de nomes do diretório municipal nos últimos dias como um esforço para atingir o consenso de dois terços para evitar que a decisão do nome para liderar a chapa fosse levada para as prévias.
Na avaliação de um filiado em entrevista ao colunista e editor de Política do Diário do Nordeste, Wagner Mendes, o tiro saiu pela culatra. "Se alguém estava querendo dar o golpe, foi fracassado", disse. "Eles acham que o PT funciona igual aos outros partidos", declarou.
Sampaio negou que as mudanças tivessem esse intuito e classificou as acusações como “despropositadas” e um “ruído de comunicação”.
“O que houve e há constantemente dentro do PT — isso não diz respeito a esse momento — é que as chapas têm a prerrogativa de fazer a substituição de dirigentes (...) Isso acontece toda hora, então é natural que, no momento em que o partido vai tomar deliberações importantes, aquelas substituições de pessoas que já não fazem mais parte daquela chapa ou não estão disponíveis para compor o diretório, sejam feitas, isso é natural”, concluiu.