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Bolsonaro pediu a contatos para 'repassar ao máximo' texto com ataques ao TSE, diz Polícia Federal

Texto insinuava fraude nas eleições de 2022

Escrito por Redação ,
Bolsonaro
Legenda: Texto repassado em junho do ano passado também continha ataques ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Relatório da Polícia Federal (PF) contendo conversas de Jair Bolsonaro com o fundador da Tecnis, Meyer Nigri, revela que o então presidente pediu ao empresário para "repassar ao máximo" uma mensagem que insinuava, sem provas, uma fraude do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022. As informações são do jornal O Globo

O texto repassado em junho do ano passado, segundo a reportagem, ainda continha ataques ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Bolsonaro tinha o hábito de mandar a mesma mensagem para diversos contatos, o que indica que o mesmo texto possa ter sido enviado para outras pessoas.

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Um contato identificado como "Pr Bolsonaro 8", que a PF afirma ser do ex-presidente, enviou a Nigri uma mensagem afirmando que cometeu "interferência" e "desserviço à democracia" por atuar contra a adoção do voto impresso.

O texto ainda afirma que o Datafolha estaria "inflando" os números do então pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva para "dar respaldo" ao TSE, mesmo sem provas. Ao final, a mensagem dizia: "Repasse ao máximo". Nigri, então, respondeu: "Já repassei pra vários grupos!".

Segundo a PF, a mensagem tinha "conteúdo não lastreado ou conhecidamente falso (fake news), atacando integrantes de instituições públicas, especialmente Ministros do STF, desacreditando o processo eleitoral brasileiro".

Investigação contra Meyer Nigri

O trecho da conversa entre Bolsonaro e Nigri foi utilizado como justificativa pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, para prorrogar uma investigação contra o empresário.

Na segunda-feira (21), Moraes arquivou uma investigação contra seis empresários por trocarem mensagens de cunho golpista em um grupo de WhatsApp. No entanto, o ministro prorrogou a apuração contra Nigri e Luciano Hang, também alvo.

Na decisão, Moraes ressaltou um trecho afirmando que "restou evidenciado que cinco, das seis contas analisadas, pertencem aos familiares dos empresários" e que por isso não haveria "interesse direto para a investigação em comento".

 

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