"Atos encadeados", diz Elmano sobre participação de Sargento Reginauro no motim de militares em 2020
Reginauro é a segunda testemunha ouvida pela CPI das Associações Militares, na qual Elmano é relator
O deputado Elmano de Freitas (PT), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Associações Militares na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), disse nesta terça-feira (12) que o vereador de Fortaleza Sargento Reginauro (União Brasil) assinou cheques de quase R$ 90 mil para serem sacados "na boca do caixa" pouco antes do motim de policiais ocorrido em 2020.
De acordo com o parlamentar, além da assinatura e dos saques, uma sequência de fatos anteriores ao motim levanta suspeita sobre o possível financiamento do ato por parte da Associação de Profissionais de Segurança (APS), que, àquela época, era presidida por Reginauro.
Veja também
"O vereador Reginauro era presidente da APS. No dia 10 (de fevereiro de 2020), ele faz um cheque de R$ 40 mil para ser sacado na 'boca do caixa'. No dia 14, ele faz um ofício pensando em se afastar (do cargo de presidente da entidade). No dia 17, ele assina outro cheque de R$ 49 mil. No dia 18, ele protocola o afastamento no cartório para, no dia seguinte, o motim já acontecendo, sair da presidência", elencou Elmano, que, em seguida, afirmou: "Evidentemente é um conjunto de atos encadeados preparando o motim".
O relator citou também o financiamento do transporte de policiais para ato na AL-CE como parte desse processo. "Todo crime tem ato preparatório", disparou.
O vereador Sargento Reginauro afirmou que espera que Elmano apresente "prova de que esses recursos foram destinados para a paralisação ou para evento de natureza política". "Uma vez isso não acontecendo, nós entraremos com as medidas cabíveis porque é o nosso nome, a nossa imagem que ficou em xeque diante da narrativa feita pelo relator", completou.
Segunda testemunha
Sargento Reginauro foi a segunda testemunha ouvida pela CPI das Associações Militares. O depoimento do vereador teve início às 15 horas desta terça-feira (12). Na semana passada, foi ouvido Cleyber Araújo, atual presidente da APS.
Na sessão, o parlamentar da Capital afirmou que não apoiou a paralisação dos militares em 2020 e que as associações não financiaram o motim.