Novo nome de avenida é criticado

Escrito por Redação ,
Legenda: Vereador Antônio Henrique, autor da proposta que muda o nome da Dedé Brasil, rechaça as críticas de que faltam projetos relevantes na Casa
Foto: Foto: Lucas de Menezes

A mudança de nome da Avenida Dedé Brasil, que passou a se chamar Dr. Silas Munguba, gerou repercussão negativa na população da Capital. Dos 107 comentários postados por internautas do Blog de Política do Diário do Nordeste à publicação do dia 4 de fevereiro, a maioria posiciona-se contra a alteração, alegando que os moradores já estavam acostumados com o antigo nome. Os moradores da região também estão confusos.

Após receber críticas relacionadas à mudança na nomeação, o vereador Antônio Henrique (PROS), autor do Decreto Legislativo que propôs a alteração, se defendeu ao afirmar que, oficialmente, a avenida era dividida em trechos chamados Paranjana e Pedro Ramalho. "A avenida não se chamava mais Dedé Brasil. O que eu fiz foi transformar todo o trecho em um nome único de uma pessoa que a maioria da população conhece", justifica.

A medida foi aprovada por unanimidade na Câmara Municipal de Fortaleza em outubro de 2010 e sancionada no mesmo ano, mas a mudança das placas só começou a acontecer no fim de janeiro deste ano. O vereador diz que na época em que o projeto foi aprovado não era necessário realizar audiência pública para fazer a troca.

Preservar a história

Respondendo ainda às críticas de que a ação teria pouca relevância, Antônio Henrique declara que há outros trabalhos legislativos sendo realizados de forma simultânea. "Se a gente passasse quatro anos só para mudar o nome de uma avenida, realmente não estávamos fazendo nada. A gente trabalha em muitas coisas paralelas", aponta.

O médico Silas Munguba, falecido em 2009, que agora empresta o nome à avenida, foi fundador do Instituto Desafio Jovem, entidade conhecida pela referência na recuperação de dependentes químicos cuja sede se encontra naquela área.

Para a vereadora Toinha Rocha (PSOL), a homenagem a Silas Munguba é merecida, mas ressalta que não acha correto substituir um nome de quem ajudou a construir a cidade pelo de outra pessoa que também deixou benefícios. "Mesmo assim, ele (Silas) é um exemplo de pessoa que construiu nessa cidade um sentimento de combate à dependência às drogas", pondera.

Ela alerta que as mudanças trazem prejuízos. "Isso encarece, (é preciso fazer) mudança de documentação no cartório, confunde o correio", atenta. A vereadora também defende a mudança do nome de avenidas e instituições públicas com nomes de personalidades que foram responsáveis pelas torturas durante a época da ditadura militar, como o Centro de Cidadania Presidente Médici e a Av. Costa e Silva.

Correspondências

A mudança no nome da Dedé Brasil já gera problemas para alguns moradores. A aposentada Zélia Santiago mora há 39 anos no local e recebe suas correspondências com os diferentes nomes. O comerciante Balbino Santiago constatou que a mudança já confundiu alguns clientes. "Desde que as placas mudaram, tenho que explicar que a avenida é a antiga Dedé Brasil", conta.

O Diário do Nordeste questionou aos moradores quem foi Silas Munguba. As respostas foram divergentes, mas ninguém respondeu com plena certeza. Conforme os Correios, a alteração no nome não trouxe impacto para o serviço de distribuição, já que o CEP continua o mesmo. O órgão aconselhou os moradores que recebem cartas no mesmo endereço, mas com nomenclatura diferente a informar à instituição o nome correto do local para que a modificação seja feita.

Os comentários que chegaram ao Blog de Política do Diário do Nordeste, após a notícia de que o vereador Antônio Henrique comemorava a mudança do nome, criticam a irrelevância dos projetos da Câmara Municipal e apontam a falta de matérias que gerem impacto significativo à população. "As placas já estão lá há, no mínimo, duas semanas. E, sinceramente, tem coisas mais importantes a serem realizadas na via. Um dispêndio de tempo e dinheiro desnecessário", escreveu uma leitora.

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