Empresário Carlos Wizard não é encontrado pela Polícia Federal, diz colunista
Wizard foi alvo de condução coercitiva nesta quinta-feira (17), após não comparecer a depoimento marcado na CPI da Covid-19
A pedido da CPI da Covid no Senado, o empresário Carlos Wizard foi alvo de condução coercitiva nesta quinta-feira (17), mas não foi localizado pela Polícia Federal. A defesa diz que Wizard está nos Estados Unidos.
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As buscas se concentraram na residência e no escritório do empresário.
Nesta sexta-feira (18), a Justiça Federal determinou a retenção do passaporte do empresário após seu retorno ao Brasil. A decisão foi tomada pela juíza Márcia Souza, da 1.ª Vara Federal de Campinas, depois de ouvir a Polícia Federal.
A PF identificou que ele deixou o País em 30 de março e seguiu para a Cidade do México. Segundo os policiais, consta informação sobre seu retorno ao País no serviço de imigração.
Wizard é suspeito de integrar o chamado “gabinete paralelo”, centro de aconselhamento que orientava o presidente Jair Bolsonaro sobre medidas a respeito da pandemia.
Carlos Wizard e a CPI da Covid-19
O empresário havia solicitado para depor remotamente na CPI, no início da semana, alegando estar nos Estados Unidos para acompanhar o tratamento de saúde de um familiar.
Os senadores não aceitaram o pedido. Assim, como ele não compareceu ao depoimento marcado para esta quinta-feira (17), a comissão solicitou a condução coercitiva de Wizard.
O empresário também foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido para permanecer em silêncio durante a sessão, o que foi concedido pelo ministro Luís Roberto Barroso. No entanto, como a decisão não concedeu o direito de Wizard faltar, ele pode sofrer sanções por parte da comissão.
Nesta sexta, Barroso autorizou a condução coercitiva do empresário para prestar depoimento aos senadores.
O requerimento para a oitiva do empresário partiu do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). No pedido, o parlamentar lembrou que é necessário esclarecer a existência de uma espécie de "ministério paralelo da saúde" instalado no Palácio do Planalto, incluindo a sugestão de utilização de medicamentos sem eficácia comprovada e o apoio a teorias como a da imunidade de rebanho.
Ministério da Saúde
Em junho de 2020, Wizard desistiu de assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos e também deixou o cargo de conselheiro do Ministério da Saúde. Na época, o general Eduardo Pazuello ocupava o cargo de ministro na pasta.
Na ocasião, ele informou, por nota, que não iria mais atuar no MS. "Informo que hoje (7/junho) deixo de atuar como Conselheiro do Ministério da Saúde, na condição pro bono. Além disso, recebi o convite para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta. Agradeço ao ministro Eduardo Pazuello pela confiança, porém decidi não aceitar para continuar me dedicando de forma solidária e independente aos trabalhos sociais que iniciei em 2018 em Roraima", declarou Wizard.
Fortuna de Wizard
Fundador de uma das maiores redes de ensino de idiomas no Brasil, a Wizard, o empresário tem uma fortuna estimada pela Forbes em R$ 2,1 bilhões.
Após a venda de sua parte para um grupo britânico em 2013, ele adquiriu a rede de produtos naturais Mundo Verde. Já em 2016, anunciou a abertura no Brasil da rede de comida mexicana Taco Bell, originária da Califórnia.
Em 2017, ele retornou ao ramo educacional adquirindo 35% das ações da Wise Up, rede de escolas de idiomas do empresário Flávio Augusto da Silva.