Voltas às aulas: o que seu filho tem levado na lancheira?
Começando o ano letivo e a grande preocupação dos pais é: “o que mandar na lancheira?”. A resposta de muitos será: “comida de criança, é claro!”. Mas esse estereótipo de que a alimentação da criança deve ser lotada de produtos industrializadas é arriscada.
Biscoitos com recheios, salgadinhos, bolinhos prontos, doces, sucos de caixinhas e refrigerantes são alimentos práticos, de fácil acesso, e campeões nas lancheiras das crianças. No entanto, vale ressaltar que o consumo desses alimentos, ditos infantis pela sociedade, podem esconder riscos para a saúde dos pequenos. Excesso de açúcar, gordura, sal, aditivos e realçadores de sabor, além da pouca quantidade de fibras, fazem desses alimentos um risco para o aparecimento de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), como a obesidade infantil, diabetes, hipertensão, câncer e agravos cardiovasculares.
Essas características fazem com o que esses industrializados não sejam considerados como “alimentos”, mas “produtos ultraprocessados”, já que na produção há uma quantidade mínima (ou quase inexistente) de alimentos in natura e excesso de aditivos. Seria mesmo uma boa opção para a lancheira escolar? São realmente “comidas de criança?”.
O crescimento das DCNT é assustador e a alimentação na infância tem papel fundamental nisso.
Mas, e agora? O que mandar? Frutas, água de coco, oleaginosas, queijos, tapioca, ovos, bolos e biscoitos caseiros estão nessa lista. Use a criatividade! Vale lembrar que lanche escolar não deve ser sinônimo de produtos ultraprocessados, já que é uma refeição feita 5 vezes na semana. É a criação de um hábito. A regra de ouro na alimentação é “descascar mais e desembalar menos”. Evitar esses produtos ultraprocessados e consumir mais os alimentos in natura é essencial em qualquer idade.
Bianca de Oliveira Farias é nutricionista materno-infantil e doutoranda em saúde coletiva pela Uece