Um exemplo nada republicano

Escrito por Mauro Benevides ,
Jornalista e senador constituinte
Legenda: Jornalista e senador constituinte

A investidura de qualquer individuo em cargo público é regida pelos preceitos da probidade, honestidade e boa-fé, configurando um conjunto de valores ético-morais materializado em normas jurídicas, que objetivam como resultado final a moralidade na Administração Pública.

Tais pressupostos são aplicáveis em todas as esferas do serviço estatal, não distinguindo raça, credo, cor ou classe social, prevalecendo o principio da universalidade entre os cidadãos, ou seja, que devemos estar subordinados aos mesmos regramentos, portanto, alcançados por direitos e deveres igualitariamente.

Os pré-requisitos aqui suscitados são para abordar os desdobramentos do processo sobre assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, que se arrasta desde 2018, e somente agora, após a federalização do caso, houve um deslinde mais claro, constando o envolvimento de autoridades, inclusive da própria polícia – pasme! – no lamentável episódio.

Num país de dimensão continental como o Brasil, volta e meia somos impactados com noticia de atrocidades contra a vida humana, nos deixando ainda mais extasiados quando a ocorrência envolve aqueles que deveriam zelar pela coisa pública, já que esta se destina a corresponder os interesses coletivos.

De tempos em tempos a comunidade volta suas atenções para determinado reduto do vasto território brasileiro, infelizmente, por questões negativas, sendo o Rio de Janeiro um caso mais singular, por ser o segundo Estado mais importante do país, e não por acaso, também sendo o mais conhecido por turistas nacionais e estrangeiros.

Fato é que devemos condenar todo e qualquer tipo de atentado à vida, notadamente quando se refere a crime de conotação política – como parecer ser –, exigindo de cada ser humano empenho maior para que a civilidade seja considerada fator preponderante, visando sempre à boa convivência entre as pessoas.

Destarte, quando política e polícia juntam-se para a prática de qualquer delito, acende um sinal de alerta para a falência do Estado como responsável pela gestão pública, em flagrante manifestação de exemplo nada republicano.

Ademais, ao se cometer um atentado político, avilta-se, consequentemente, contra a própria democracia. Que Deus nos livre e guarde!

Mauro Benevides é jornalista e senador constituinte

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