Brasil comemora Dia da Caatinga

Um exemplo é a Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), localizada entre Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI), e gerida pela Associação Caatinga

Escrito por Otávio Fernandes , otavio@acaatinga.org.br
Assistente de comunicação da Associação Caatinga
Legenda: Assistente de comunicação da Associação Caatinga

Em 28 de abril comemoramos o Dia Nacional da Caatinga, bioma que é a cara do Brasil e já faz parte do imaginário popular. Mas até que ponto esse imaginário está correto? Durante muitos anos, a mídia e as escolas apresentaram a Caatinga como um bioma pobre, sem vida e sem cor, reduzindo-a a alguns símbolos estereotipados como cactos secos, animais mortos pela sede e solo rachado.

Sim, essas figuras realmente pertencem ao cenário “caatingueiro”, ainda ocorrem em algumas regiões, mas será que podemos generalizar? A resposta é não. Essa é uma visão “míope” da região. A Caatinga é um dos biomas mais biodiversos do mundo, com animais e plantas que só existem nesse bioma.

Um exemplo é a Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), localizada entre Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI), e gerida pela Associação Caatinga. São aproximadamente 1.162 espécies de plantas e de animais, como o famoso tatu-bola, o mocó, a jaguatirica e mais espécies que, inclusive, estão ameaçadas de extinção.

O local, com 6.285 hectares, é reconhecido pela Unesco como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Caatinga por abrigar uma representativa área de Caatinga preservada e pelo trabalho desenvolvido com as comunidades rurais do seu entorno.

A RNSA também evita o escoamento de 4,8 bilhões de litros de água por ano. Também vale destacar que cada hectare de cobertura vegetal acima do solo da Reserva estoca cerca de 266 toneladas de CO², ou seja, uma vez que a RNSA tem 6.285 hectares (6.191 hectares de floresta), então estoca 1.647.239,37 toneladas de CO². Manter a floresta da Serra das Almas em pé representa o total de gás carbônico emitido por mais de cinco milhões de habitantes do Ceará durante um ano.

Essa visão limitada da Caatinga, dentre muitos motivos, é resultado da falta de conhecimento sobre as múltiplas facetas do bioma e sua importância ecológica e cultural. Para transformar essa percepção, é fundamental promover ações práticas de educação ambiental e conservação do semiárido, envolvendo tanto o setor público quanto o privado. Ao mudar gradualmente a mentalidade do povo, a sociedade como um todo poderá apreciar a riqueza e diversidade desse bioma

Christine Muniz é presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Seção Ceará (SBOT-CE)
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