O papel das empresas brasileiras no empoderamento feminino

Escrito por Charles Schweitzer ,
Charles Schweitzer é CEO da I-Scaneo, HRtech focada em soluções de impacto social para empoderar os colaboradores das empresas brasileiras
Legenda: Charles Schweitzer é CEO da I-Scaneo, HRtech focada em soluções de impacto social para empoderar os colaboradores das empresas brasileiras

Em muitos momentos, tem-se falado sobre a importância da representatividade feminina no ambiente corporativo. É um assunto que merece atenção, principalmente quando nos deparamos com uma realidade em que as mulheres ainda ocupam uma parcela menor em cargos de liderança, recebem salários inferiores e enfrentam uma série de desafios paralelos ao ambiente de trabalho. Ilustrando essa desigualdade, segundo o IBGE, as profissionais do sexo feminino ganham, em média, apenas 79% da renda dos homens, mesmo quando possuem níveis educacionais mais elevados e dedicam mais horas às suas atividades.

Porém, levantar discussões sobre o tema é apenas o primeiro passo. Precisamos olhar para o que as empresas podem fazer, na prática, para mudar esse cenário. Quando falamos de empoderamento feminino no ambiente corporativo, estamos nos referindo à necessidade de garantir a igualdade de gênero, adotar práticas e políticas que possibilitem o crescimento das mulheres na empresa, criar um ambiente de trabalho inclusivo e respeitoso em todos os níveis hierárquicos, combater o assédio e dar voz às colaboradoras.

A busca pela equidade nas empresas é um processo demorado que requer paciência e comprometimento de todas as áreas. Para adotar novas políticas é preciso fazer uma avaliação dos cargos existentes, além de um estudo das funções e salários para propor mudanças, para que de fato sejam criados ambientes que valorizem a diversidade.

Além disso, acredito que as empresas devem ir além do pensamento corporativo e considerar também a dupla jornada e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres fora do ambiente de trabalho. Criar políticas que ofereçam suporte à conciliação entre vida profissional e pessoal, como flexibilidade de horários, licença parental estendida, licença menstrual, benefícios sociais e programas de apoio à saúde mental, é importante para garantir o bem-estar e o desenvolvimento das colaboradoras.

Ao meu ver, a partir do momento em que uma empresa abraça essa causa, temos uma transformação do ambiente de trabalho. O emponderamento feminino pode resultar em colaboradoras mais confiantes e engajadas, proporcionando um ambiente mais produtivo e de bem-estar. De acordo com o relatório “A diversidade como alavanca de performance” da consultoria McKinsey, empresas com maior diversidade de gênero têm 21% mais chances de ter lucratividade acima da média. Logo, a igualdade de gênero é benéfica para todos.

Portanto, especialmente em um mundo onde as empresas buscam cada vez mais se engajar em políticas ESG, é necessário que coloquem em prática seu papel na promoção do empoderamento feminino para um ambiente mais igualitário. Assim, as empresas criam ambientes de trabalho mais justos e inclusivos, beneficiando a sociedade.

Charles Schweitzer é CEO da I-Scaneo, HRtech focada em soluções de impacto social para empoderar os colaboradores das empresas brasileiras

 

 

Professor aposentado da UFC
Gonzaga Mota
26 de Julho de 2024
Jornalista e senador constituinte
Mauro Benevides
25 de Julho de 2024
Luciana Cattony e Susana Sefidvash Zaman  são fundadoras da Maternidade nas Empresas
Luciana Cattony e Susana Sefidvash Zaman
23 de Julho de 2024
Saulo Teixeira é neurocirurgião e docente do Instituto de Educação Médica (IDOMED)
Saulo Teixeira
22 de Julho de 2024
Médico Sanitarista e Gestor em Saúde
Álvaro Madeira Neto
21 de Julho de 2024