Repensar a negatividade

Escrito por Valdelio Muniz ,
Jornalista. Analista Judiciário (TRT7) e Mestrando em Direito (Uni7)
Legenda: Jornalista. Analista Judiciário (TRT7) e Mestrando em Direito (Uni7)

Se tem um tipo de gente que faz mal à própria saúde e à daqueles(as) que o cercam é o que enxerga somente o lado negativo da vida, dos acontecimentos cotidianos e das pessoas ao seu redor. Chega a ser insuportável ver (e ouvir) alguém sempre disposto a buscar defeito nos outros (como se fosse, ele próprio, exemplo de perfeição), a se vitimizar de tudo que acontece em sua rotina e a se dedicar apenas a reclamar do que ainda não conquistou.

Para estas pessoas, chega a parecer infantilidade (ou ingenuidade) se deparar com quem nutre o hábito de ainda acreditar no ser humano ou, pelo menos, de crer na possibilidade de as pessoas conciliarem qualidades e defeitos (o que, penso eu, seja mais coerente com nossa condição de humanos).

Sem que se deem conta, estas pessoas constroem sobre si mesmas uma aura (campo de energia) “carregada”, tendente a atrair ainda mais negatividade sobre suas próprias vidas e a mantê-las num ciclo interminável de descontentamento com tudo que lhes acontece e com todos que apareçam à sua frente.

Geralmente, são pessoas incapazes de celebrar as próprias conquistas e, principalmente, as alheias, de reconhecer os méritos, os esforços e dedicação empreendidas por outros até o alcance mesmo que de pequenas, mas significativas vitórias. E, quando o fazem, nem conseguem disfarçar a falsidade embutida. De algum modo, o corpo, o rosto, os gestos e a própria fala tratam de expressar a falta de sinceridade.

Trata-se, a meu ver, de um traço de personalidade construído ao longo do tempo, arraigado em convicções (e preconceitos) por vezes até inconscientes, e alimentado por sentimentos mal resolvidos (ciúme, inveja, cobiça, preguiça, acomodação etc) e, como tal, difíceis (mas não impossíveis) de serem reconhecidos e transformados.

É muito pouco provável que a mudança decorra da ação de uma terceira pessoa, por mais amiga, compreensiva e esperançosa que seja em despertar a autocrítica necessária naqueles(as) que assim se portam. Sem autoconhecimento e uma tomada de decisão interna, será em vão insistir na necessidade de nova postura. E o resultado é o afastamento natural de quem não suporta e não quer perto de si este tipo de gente. Para o bem, ao menos, da própria saúde (física, mental e emocional).

Valdelio Muniz é jornalista

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