Proibir ou não o uso de celular no ambiente escolar?

Escrito por
Mariana Pinheiro é diretora pedagógica do Colégio Multiverso Messejana
Legenda: Mariana Pinheiro é diretora pedagógica do Colégio Multiverso Messejana

Imagine um intervalo escolar onde as crianças estão brincando, conversando e se divertindo umas com as outras, sem a presença de eletrônicos. Elas aproveitam o contato humano e a oportunidade de conhecer o outro e formar seu autoconhecimento. Embora pareça idealizada, essa imagem contrasta com a realidade em muitas escolas. É com essa reflexão que inicio uma discussão sobre os benefícios e os malefícios do uso de dispositivos eletrônicos no ambiente escolar. 

O uso de celulares em sala de aula tem sido tema central em debates recentes sobre educação. No Brasil, onde há mais celulares do que habitantes, e onde o uso de smartphones é o segundo maior do mundo, a questão se torna ainda mais necessária. Estudos mostram que as telas e as redes sociais estão associadas a problemas, como ansiedade, depressão, automutilação e solidão; levantando preocupações sobre a presença dos dispositivos móveis nesses ambientes.

A Lei 14.146, que proíbe o uso de celulares em sala de aula, reflete um esforço em regular o impacto desses dispositivos na dinâmica escolar cearense. Entretanto, a proibição por si só não resolve a complexidade do assunto. O verdadeiro desafio reside em como transformar essa tecnologia, tão presente e influente na vida de adultos, jovens e crianças em uma ferramenta educacional.

Na Rede Multiverso Educação, por exemplo, optamos por uma abordagem equilibrada. No Infantil e no Fundamental I, o uso do celular é completamente proibido em sala de aula. Já no Fundamental II, o celular pode ser utilizado, mas exclusivamente para atividades pedagógicas. Nesses casos, os aparelhos são recolhidos no início das aulas e devolvidos aos alunos durante o intervalo ou ao final do turno. Essa medida visa minimizar distrações e potencializar o foco nas atividades educativas. 

O debate sobre o uso de celulares é acalorado porque não existe uma resposta universal. Cada escola, professor e aluno são únicos, e o que vai funcionar na escola depende da resiliência e convicção dos educadores. Além de seguir as leis vigentes, é crucial que as instituições educacionais se posicionem sobre suas práticas e adaptem suas políticas.

 Mariana Pinheiro é diretora pedagógica do Colégio Multiverso Messejana

Clarice Gomes Costa é doutora em educação, professora da educação básica, membro da Coordenação Colegiada do Fórum EJA/CE
Clarice Gomes Costa
12 de Dezembro de 2024
Daniela Botelho é presidente da Associação Fortaleza Azul – FAZ e psicopedagoga
Daniela Botelho
11 de Dezembro de 2024
Consultor Pedagógico e professor
Davi Marreiro
10 de Dezembro de 2024
Maria Leopoldina de Castro é 60+, médica e autora de “168 dias viajando pelo mundo: o prazer de viver a arte, cultura e espiritualidade”
Maria Leopoldina de Castro
07 de Dezembro de 2024
Professor aposentado da UFC
Gonzaga Mota
06 de Dezembro de 2024
Jorge Lima é estrategista do Grupo Azilados
Jorge Lima
05 de Dezembro de 2024