Palmas de algodão doce
Escrito por
Davi Marreiro
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Legenda:
Consultor pedagógico
Estamos aprovando mais e aprendendo menos! Estudo ou estupidez? Como diria Bertrand, a principal diferença entre as duas é que a estupidez, na maioria das vezes, consegue o feito de coloca-se na primeira fila para ser vista (...)”. Posto isso, na última semana, o Ministério da Educação (MEC) e o Inep divulgaram os resultados do IDEB 2023, o célebre indicador periódico que, por meio do fluxo escolar e das médias de desempenho dos alunos no Saeb, “avalia” a qualidade da educação no Brasil.
Conforme o sinóptico divulgado pelo portal Todos pela educação: “a comparação entre o Ideb 2023 e 2019 indica melhora nas taxas de aprovação em todos os segmentos da educação básica, por outro lado o desempenho padronizado, que avalia a aprendizagem, permaneceu abaixo dos níveis de 2019 em todas as etapas, ou seja, avançamos nas aprovações, mas devemos celebrar com aplausos de algodão doce. De acordo com o SCImago Institutions Rankings (SIR), não devemos nos impressionar com esse resultado, pois o INEP justifica o formato de composição do Índice alegando que essa combinação estabelece um equilíbrio na avaliação. Portanto, se o sistema de ensino reprovar seus alunos para aumentar as notas no SAEB, isso indicará a necessidade de melhorias no sistema. Todavia, se promover alunos sem garantir a qualidade, os resultados também evidenciarão a necessidade de aperfeiçoamento.
Refletindo melhor, o que algumas secretarias estaduais de educação realmente estão comemorando? Os resultados da Nota Saeb de 2023 mostram uma queda no desempenho dos estudantes em todas as etapas de ensino em comparação com 2019. No Ensino Fundamental, a nota dos Anos Iniciais caiu de 6,02 para 5,91, e a dos Anos Finais caiu de 5,21 para 5,10. No Ensino Médio, a nota caiu de 4,54 para 4,45. A queda foi observada tanto em Língua Portuguesa quanto em Matemática. Além disso, a premissa de que a base nacional comum de conteúdos está sendo seguida é apenas uma presunção! No fim, apenas na porta da esperança, “todos os alunos estão recebendo os mesmos conteúdos e níveis de aprendizagem, e sendo avaliados da mesma forma, independentemente das realidades distintas.”
Davi Marreiro é consultor pedagógico