Maurício de Sousa, 90 anos

Quem não se divertiu com as aventuras da Mônica e seu coelho Sansão? Ou com as implicâncias do provocativo Cebolinha diante da “dentuça” e sua “língua do L”, trocando sempre os “rr” pelos “ll”?

Escrito por
Gilson Barbosa producaodiario@svm.com.br
Jornalista
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Maurício de Sousa, o genial criador da Turma da Mônica e de uma galeria de mais de 200 personagens, chega aos 90 anos! Quem é de minha geração e das seguintes cresceu acompanhando, desde tenra infância, o trabalho desse grande brasileiro. Como sempre gosto de ressaltar, as revistas em quadrinhos foram elementos fundamentais no nosso processo de alfabetização. Com suas historinhas breves e personagens divertidos, levaram-nos à descoberta do mundo das letras. Assim aconteceu com as revistas dos personagens de Walt Disney (1901-1966) e, no Brasil, com a genial criação da Turma da Mônica por Maurício de Sousa.

Quem não se divertiu com as aventuras da Mônica e seu coelho Sansão? Ou com as implicâncias do provocativo Cebolinha diante da “dentuça” e sua “língua do L”, trocando sempre os “rr” pelos “ll”? Ou, ainda, do Cascão e sua resistência a tomar banho? Também da Magali, habitual comedora de melancias e grande amiga da Mônica? E o Chico Bento, na sua inocência e candura de criança do interior, bem como de seu amor pela natureza e pelas gostosas goiabas do quintal do Nhô Lau? São muitos os personagens criados pelo grande Maurício de Sousa, que inclusive homenageou todos os seus filhos, eternizando-os nos quadrinhos.

Nascido em Santa Isabel (SP), em 27/10/1935, Maurício conviveu desde criança num ambiente que exalava cultura. Seu pai, Antônio Maurício de Sousa, era, além de barbeiro, também poeta, compositor e pintor. Sua mãe, dona Petronilha, poetisa. Sua casa, repleta de livros e local de frequentes saraus, reuniões de artistas e até de rodas de chorinho, constituiu espaço inspirador para sua criatividade. Aos 5 anos, Maurício encontrou, numa lata de lixo, um exemplar da revista O Guri (1940-1970), precursora das revistas em quadrinhos no país e editada pelos Diários Associados de Assis Chateaubriand (1892-1968). Pediu à mãe para ler as histórias e a partir daí começou, à medida que crescia, a se interessar pelas narrativas e seus personagens.

Desejoso de crescer profissionalmente através dos desenhos, começou a ilustrar histórias em quadrinhos e, em 18/07/1959, o cãozinho Bidu, seu primeiro personagem e hoje símbolo da Maurício de Sousa Produções (MSP), surgiu nas páginas da Folha de S. Paulo. As tiras em quadrinhos com Bidu e seu dono, o Franjinha, originariam outro personagem, Cebolinha, em 1960. Até 1963, surgiria também a Mônica e, daí em diante, novos personagens da Turma da Mônica. Hoje os quadrinhos de Maurício têm alcance internacional, chegando a mais de 60 países e há tempos já foram adaptados para o cinema, a TV e até para videogames. Sua atividade, que atravessa gerações, é admirada por todos e atualmente levada adiante pelos filhos. É membro da Academia Paulista de Letras desde 2011, já foi condecorado com a Ordem do Mérito Cultural pela Presidência da República em 2004 e tema de enredo no carnaval paulistano, em 2007. Com certeza, ele é merecedor de todo o reconhecimento dos brasileiros.

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