Mãe solo: uma realidade de 11 milhões de mulheres

Escrito por
Conceição Martins producaodiario@svm.com.br
Conceição Martins é advogada
Legenda: Conceição Martins é advogada
Analisando uma recente pesquisa percebi que o número de mães solo, aquelas que cuidam sozinhas de seus filhos, aumentou 17% na última década, passando de 9,6 milhões em 2012 para mais de 11 milhões em 2022, de acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas. Nesse mês das mulheres, é importante fazer uma reflexão sobre essas mães que dedicam sua vida, de forma exclusiva, na criação dos seus filhos. 
 
Essas mulheres possuem inúmeras responsabilidades e muitas vezes não possuem nenhuma rede de apoio. Sempre me questiono: como temos enxergado essas mulheres? Será que existem políticas públicas para realizar um importante trabalho de acolhimento e suporte nessa frente, ou precisa de muito mais para poder realmente conceder um suporte para essas mulheres? 
 
Acredito que precisa existir uma visão mais ampla nesse sentido. Mães solos, como o próprio nome já diz, vivem muitas vezes uma realidade solitária. Algo que exige delas um controle emocional e financeiro gigantesco. Afinal, o sentido do “solo” não é apenas sobre a falta de um pai ou cônjuge na relação familiar, mas também uma exclusividade de responsabilidade com o filho. E quando há ausência de um lado, há excesso de outro. 
 
Ao longo da minha jornada como advogada, já conheci diversas mães solos e pude ver de perto como é difícil essa vivência, principalmente nos primeiros anos de vida da criança. Essa situação pode até mesmo impactar para essas mulheres conseguirem se realocarem no mercado de trabalho após a chegada do filho, afinal como é possível voltar para a rotina de demandas, se a criança não tem com quem ficar? Algo que deve ser até repensado pelas empresas e também deve ser feito um trabalho pensando nessas mães, para inseri-las novamente no mercado com oportunidade de emprego home office ou até mesmo com espaço adaptado dentro da própria empresa para que as mães possam levar os seus filhos. 
 
Essas atitudes mostram humanidade. Por isso, quando pensamos no sentido mais amplo e quando desejamos ajudar essas mulheres que vivem uma realidade de mãe solitária, estamos ajudando também toda uma sociedade e na criação dos seus filhos.
 
Conceição Martins é advogada especialista em Direito de Família
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