Francisco, o Papa da Pandemia

Francisco, mantendo a centenária tradição, não titubeou e realizou esse ato de profunda fé e confiança no poder de Deus, que é capaz de tudo e, portanto, de ajudar o homem a vencer seus males

Escrito por
Moaceny Félix producaodiario@svm.com.br
Advogado, procurador federal e professor
Legenda: Advogado, procurador federal e professor

Era o ano de 2020, o mundo a pleno vapor, quando o inesperado acontece, um vírus altamente letal e de elevadíssimo contágio foi identificado no extremo oriente, causando internação e morte nas pessoas. 

Assim começava um drama mundial que ficou conhecido como a Pandemia do Coronavirus, ou da Covid-19, a doença que se espalhou por toda a órbita da terra, causando terror e temor, inclusive nos mais renomados cientistas da atualidade, em razão das incipientes  informações sobre a causa e o tratamento dessa enfermidade.

Foi exatamente nesse cenário, literalmente dantesco, que se fez notável, a presença marcante e virogosa daquele homem, sozinho caminhando na Praça São Pedro, em meio aos arcos que antecededem a Brasília do Vaticano, o Papa Francisco, vigário de Cristo, em mais um embate espiritual, rogando a Deus clemência para os povos, força para os enfermos e sabedoria para as nações e profissionais de saúde, na luta contra aquela terrível realidade que vitimou mais de duas dezenas de milhares de pessoas, em todo planeta. 

Desse modo, enfrentamos a nova pandemia que assolava a humanidade, assim declarada pela Organização Mundial de Saúde, num anúncio aterrorizante e preocupante, diante da ausência de evidências e certezas que recomendassem qual seria o remédio ou o tratamento correto e seguro para debelar essa nova peste global.

Restou, em meio às medidas de isolamento e distanciamento social, únicas formas historicamente capazes de frear a propagação de um surto viral, a cena marcante, emblemática e comovente do Papa Francisco, realizando suas preces e orações, diante do silêncio absoluto e da completa ausência física de fiéis, na Praça São Pedro, aquele espaço que é marcadamente conhecido por comportar multidões, mas que, de repente, encontrava-se vazio e em obsequioso silêncio, diante do mistério de um homem e sua prece diante de Deus.

O Papa Francisco havia mandado buscar a famosa cruz de São Marcelo e a fixou, extraordinariamente, na praça São Pedro, crucifixo que havia sido utilizado no combate da grande peste do ano de 1522 (Peste Negra), ao passar pelas ruas de Roma, abençoando a cidade e as pessoas, e por ter sobrevivido a um incêndio no ano de 1519, reforçando a crença e a devoção popular na Cruz protetora da cidade romana.

Francisco, mantendo a centenária tradição, não titubeou e realizou esse ato de profunda fé e confiança no poder de Deus, que é capaz de tudo e, portanto, de ajudar o homem a vencer seus males.

Tais imagens não saem da memória, o testemunho concreto de um Papa corajoso e que não cessou de interceder pelo povo, mesmo onde a ciência não pôde ir.

Fez sua páscoa exatamente na mesma data da Fundação de Roma (21 de abril...que remonta ao ano 753 a.C., de Rômulo e Remo, a festa de Pales, marcando o início do verão, onde as pessoas subiam no Palatino para festejar). Foi um autêntico Romano Pontífice. As tradições resignificadas no hoje. Na história não existem coincidências. 

Rogamos que, tão logo, possamos venerá-lo nas honras dos altares.

Descanse em paz, nosso Santo Papa Francisco.

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