Divaldo e a causa do amor

Escrito por
Gilson Barbosa producaodiario@svm.com.br
Jornalista
Legenda: Jornalista

Sempre que perdemos uma referência positiva, de alguém voltado à defesa da paz ou à prática da solidariedade, certamente seus exemplos aqui deixados nos inspirarão e animarão para a construção de um mundo melhor. Assim ocorreu há pouco, quando o Papa Francisco nos deixou. E agora mesmo, novamente, fomos desfalcados de outra personalidade que, durante sua longa trajetória terrena, exerceu plenamente o amor ao próximo.

Refiro-me ao baiano Divaldo Pereira Franco (1927-2025), nascido em Feira de Santana e falecido em Salvador, na terça-feira, 13 de maio, aos 98 anos de vida. Tivemos o prazer de conhecê-lo quando de uma entrevista feita com ele, nos primeiros anos do Diário do Nordeste, na sede da União Espírita Cearense, ali no início da avenida Tristão Gonçalves, numa noite já perdida no tempo. Ele, sempre muito tranquilo e extremamente educado, recebeu aquele então novel repórter, respondendo, com a simpatia que o caracterizava, cada pergunta que lhe era dirigida.

Foram momentos breves, mas que ficaram para sempre marcados em nossa lembrança. Sem dúvida, ele é mais uma dessas pessoas que farão falta, não apenas pelo conhecimento e pela sabedoria com que pregava a doutrina espírita, mas, principalmente, por todo o trabalho que executou, na prática, em prol daqueles que precisam tanto de apoio e de ajuda.

A exemplo do grande médium mineiro Francisco Cândido Xavier (1910-2002), ou Chico Xavier, Divaldo era devotado à causa do amor em seu significado mais profundo. Extremamente inteligente, sábio, foi um grande orador, professor, um médium que estudava a doutrina, deixando um grande legado filantrópico. Juntamente com seu amigo Nilson de Souza Pereira ele fundou, em 1952, uma instituição de caridade, denominada Mansão do Caminho, hoje situada no bairro do Pau da Lima, em Salvador.

A instituição filantrópica é uma obra do Centro Espírita Caminho da Redenção e foi uma das pioneiras no assistencialismo social e no parto humanizado na capital da Bahia. Até o final da década de 1980, a entidade já havia abrigado quase 700 crianças e adolescentes. Na atualidade, atende diariamente cerca de 6 mil pessoas e abriga mais de 3 mil, centenas delas registradas como filhos de Divaldo Franco.

Ele, que desde a infância relatava comunicar-se com os espíritos, deixou mais de 250 livros psicografados, cuja autoria é na maior parte atribuída a sua mentora espiritual, Joanna de Ângelis. Os direitos autorais dessas obras, cujas vendas já superaram mais de 8 milhões de exemplares, foram registrados em cartório para a Mansão do Caminho e outras instituições assistenciais. Sua ligação efetiva com o espiritismo iniciou-se ao fundar o Centro Espírita Caminho da Redenção, também em Salvador, no ano de 1947, e desde então esta foi a nobre tarefa que abraçou para sempre. O homem partiu, mas sua obra continua viva. E isto, afinal de contas, é o que importa. A ele, nossa homenagem.

Gilson Barbosa é jornalista

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