Desigualdade no tratamento de varizes: Um problema nacional de saúde

Escrito por
Whallyson Pinheiro producaodiario@svm.com.br
Whallyson Pinheiro é cirurgião vascular e angiologista da clínica Univarizes
Legenda: Whallyson Pinheiro é cirurgião vascular e angiologista da clínica Univarizes
A saúde vascular no Brasil, especialmente no tratamento de varizes, reflete uma dura realidade enfrentada por milhões de pacientes: o acesso restrito a tratamentos adequados e modernos. Embora seja uma condição comum, afetando cerca de 38% da população adulta, a barreira econômica e a defasagem tecnológica nos planos de saúde e no Sistema Único de Saúde (SUS) tornam o caminho para o tratamento tortuoso e injusto. 

As varizes não são apenas uma questão estética. Elas podem evoluir para complicações graves, como úlceras, tromboses e infecções. O problema se agrava quando percebemos que, no Brasil, tanto o SUS quanto os planos de saúde oferecem, em sua maioria, tratamentos ultrapassados. Enquanto métodos mais modernos, como o laser transdérmico, o laser endovenoso e a radiofrequência, oferecem resultados superiores e menos invasivos, a maior parte das opções oferecidas pelo sistema público e privado limita-se a cirurgias tradicionais. 

Estes procedimentos, além de dolorosos, apresentam maior tempo de recuperação e maior risco de complicações. A justificativa? O custo elevado das novas tecnologias. Esse cenário reflete uma profunda desigualdade no sistema de saúde, tanto público quanto suplementar. Enquanto pacientes que podem pagar do próprio bolso conseguem acessar tratamentos de ponta, os que dependem dos planos de saúde ou do SUS ficam à mercê de métodos arcaicos e demorados. Isso é inaceitável, especialmente quando falamos de uma condição que afeta a qualidade de vida de tantas pessoas. A falta de acesso a tratamentos modernos para varizes também impacta diretamente o bem-estar emocional dos pacientes. 

A dor constante e o desconforto estético acabam por reduzir a qualidade de vida, comprometendo a mobilidade e a autoestima. Não se trata apenas de uma questão médica, mas também social, onde o paciente sente-se limitado tanto fisicamente quanto psicologicamente. 

É fundamental que os planos de saúde e o SUS reavaliem sua oferta de tratamentos para varizes, priorizando a saúde e o bem-estar dos pacientes. O acesso a tratamentos mais eficientes e menos invasivos não deve ser um privilégio de poucos, mas uma realidade acessível para todos que sofrem com essa condição.

Whallyson Pinheiro é cirurgião vascular e angiologista da clínica Univarizes
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