Autismo: um desafio que vai além do diagnóstico

Escrito por Maria Elzivone Magalhães ,
Maria Elzivone Magalhães é empreendedora Social e Fundadora do Instituto Mão Amiga
Legenda: Maria Elzivone Magalhães é empreendedora Social e Fundadora do Instituto Mão Amiga

O Dia Mundial e Nacional de Conscientização sobre o Autismo, celebrado neste dia 2 de abril, nos faz refletir sobre a amplitude desse transtorno e suas repercussões em nossa sociedade. Como presidente do Instituto Mão Amiga, entidade que se dedica ao tratamento de crianças e adolescentes com deficiência e Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Ceará, vejo de perto a complexidade e os desafios que enfrentamos diariamente nessa jornada.

O autismo vai muito além do simples diagnóstico e afeta não apenas o indivíduo diagnosticado, mas também todo o contexto familiar. Muitas vezes, as pessoas não compreendem a profundidade e a extensão dos desafios que enfrentamos. Desde a dificuldade de acesso a tratamentos especializados até as barreiras enfrentadas no dia a dia, as famílias lidam com uma série de obstáculos que muitas vezes são invisíveis aos olhos da sociedade.

Uma das questões mais urgentes que enfrentamos é a falta de apoio e assistência para mães ou cuidadoras das crianças com autismo. Frequentemente, essas mulheres se veem abandonadas pelos companheiros ou impossibilitadas de trabalhar, enquanto assumem a responsabilidade de cuidar dos filhos. O desafio não apenas impacta emocionalmente, mas também financeiramente e socialmente.

Além disso, o convívio com o autismo pode desencadear outros transtornos e desafios, que por sua vez afetam não apenas a família, mas a sociedade como um todo. A falta de compreensão e apoio adequado pode levar a uma desestruturação familiar e social, ampliando ainda mais os obstáculos enfrentados por quem vive com autismo.

Diante desse cenário, é preciso que a sociedade se una para oferecer suporte e assistência às pessoas com autismo e suas famílias. Precisamos de casas de acolhimento, programas de apoio que atendam às necessidades específicas das famílias e mais profissionais especializados, além de uma rede de assistência social que as auxilie em todos os aspectos da vida.

Aproveitando-se da importância do dia 2 de abril, convido todos a refletir sobre o que podemos fazer para promover uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para quem vive com autismo. O Instituto Mão Amiga luta há mais de 20 anos para que, juntos, possamos superar os desafios e criar um mundo onde todas as pessoas sejam valorizadas e respeitadas.

 Maria Elzivone Magalhães é empreendedora Social e Fundadora do Instituto Mão Amiga

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