Arboviroses e reprodução humana

Escrito por Marcelo Cavalcante ,
Médico especialista em reprodução humana
Legenda: Médico especialista em reprodução humana

Dengue, Zika e Chikungunya, também conhecidas como arboviroses, são doenças causadas por arbovírus e transmitidas por mosquitos, como o aedes aegypti. As arboviroses vêm desafiando a saúde pública em vários países do mundo, deixando um rastro de preocupação e impactos negativos importantes. No Brasil, desde o início do ano de 2024, o sistema de saúde de vários estados brasileiros está sobrecarregado devido a um surto de dengue.

Segundo dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, até o final de fevereiro, o Brasil registrou 1.038.475 casos prováveis de dengue e 258 mortes confirmadas. A Chikungunya é a segunda arbovirose mais frequente, com 56.230 casos prováveis e 14 mortes confirmadas no Brasil. Até o momento, em todo o país, foram notificados 867 casos prováveis de Zika, sem nenhum óbito.

Em um passado recente, a Zika ganhou destaque internacional devido aos seus efeitos devastadores na gestação. Mulheres grávidas infectadas pelo vírus Zika enfrentam um risco aumentado de complicações, como microcefalia e outras malformações congênitas em seus bebês. 

Estudos sugerem que as arboviroses podem causar inflamação nos órgãos reprodutivos, afetando a produção e a qualidade de óvulos e espermatozoides, além de aumentar o risco de aborto espontâneo e outras complicações relacionadas à fertilidade. 

A Chikungunya pode ser transmitida para o bebê no momento do nascimento e provocar infecções neonatais graves. Geralmente, o recém-nascido apresenta sintomas na primeira semana após o parto, que podem variar de apresentação leve a infecção grave com encefalite que requer cuidados intensivos.

Diante desse cenário, é crucial adotar medidas efetivas para prevenir e controlar arboviroses. Isso inclui investimentos em programas de controle da proliferação do mosquito, educação da população sobre as medidas de prevenção, investimento em vacinas e pesquisa contínua sobre os efeitos dessas doenças na saúde reprodutiva. Também é fundamental fornecer suporte adequado a casais afetados, incluindo acesso a serviços de saúde reprodutiva, aconselhamento genético e apoio psicológico.

Marcelo Cavalcante é médico especialista em reprodução humana

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Marcelo Cavalcante
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