A perigosa relação entre obesidade e câncer

Escrito por
Paulo Campelo producaodiario@svm.com.br
Paulo Campelo é cirurgião geral e bariátrico e presidente da SBCBM, Capítulo Ceará
Legenda: Paulo Campelo é cirurgião geral e bariátrico e presidente da SBCBM, Capítulo Ceará

A obesidade é uma doença crônica que vai muito além de uma questão estética. Seus impactos metabólicos afetam praticamente todos os órgãos do corpo, sendo um dos fatores de risco mais relevantes para o desenvolvimento de diversas doenças, incluindo o câncer.

Em fevereiro, o debate sobre essa relação ganha ainda mais força com o Dia Mundial do Câncer, uma oportunidade para reforçar a conscientização sobre os fatores de risco da doença e, principalmente, destacar a importância da prevenção. Nesse contexto, podemos afirmar que tratar ou evitar a obesidade, dependendo do caso, é uma das medidas mais eficazes para reduzir esse risco.

O excesso de tecido adiposo no organismo aumenta a incidência de neoplasias e provoca alterações nos níveis hormonais, promovendo um estado inflamatório crônico. Esse ambiente favorece o surgimento de mutações celulares e o crescimento descontrolado de células cancerígenas.

Atualmente, a ciência já identificou que, ao menos, 13 tipos de câncer têm relação direta com o excesso de peso corporal. Entre os mais comuns estão o câncer de esôfago, fígado, mama (especialmente em mulheres na menopausa), colorretal, tireóide, pâncreas e estômago.

Diante desses riscos, é fundamental tratar a obesidade como uma doença crônica e buscar o tratamento adequado. Em muitos casos, a cirurgia bariátrica se apresenta como uma alternativa eficaz. A redução do peso corporal diminui a sobrecarga sobre os órgãos, melhora o perfil inflamatório e normaliza os níveis hormonais do paciente, reduzindo significativamente a probabilidade do desenvolvimento de câncer.

O que se pode afirmar, com segurança, é que os benefícios da cirurgia superam, em muito, os riscos de não fazê-la. A obesidade não pode ser ignorada. Precisamos combater o estigma que a cerca e enxergar a cirurgia bariátrica como uma estratégia de saúde pública eficaz para melhorar a qualidade e a expectativa de vida dos pacientes. O caminho para a longevidade e o bem-estar passa, sim, pelo controle da obesidade.

Paulo Campelo é cirurgião Bariátrico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica - Capítulo Ceará

Raimundo Nonato Silva Santos é desembargador do TJ/CE Presidente do TRE/CE

Francisco Leopoldo Martins Filho é advogado Membro Efetivo da Comissão Direito Eleitoral da OAB/CE
Raimundo Nonato Silva Santos e Francisco Leopoldo Martins Filho
25 de Março de 2025