A negação da realidade

O termo “negacionismo” vem do francês négationnisme e é definido como “a escolha de negar a realidade como forma de escapar de uma verdade desconfortável”. Assim que estamos vendo, infelizmente, muitas atitudes totalmente irresponsáveis diante da pandemia. Há pouco, o Presidente da República, estando em Praia Grande (SP), durante os dias de folga no final de ano, fez um passeio de lancha e, de repente, com seus seguranças, mergulhou e nadou rumo aos banhistas que se achavam na praia, provocando considerável aglomeração. 

Numa época em que todos precisam dar o bom exemplo quanto às práticas corretas de proteção contra o coronavírus, a juíza Ludmila Lins Grilo, da Vara Criminal e da Infância e Juventude de Unaí (MG), também apresenta seu desserviço à sociedade. Aluna aplicada de Olavo de Carvalho, Ludmila, que tem mais de 100 mil seguidores nas redes sociais, publica vídeos em que prega o desrespeito às orientações sanitárias de combate à pandemia, como andar por centros de compras sem a máscara, um dos itens mais exigidos para circulação em espaços públicos. 

A juíza também tem se destacado por divulgar um vídeo de uma rua repleta de pessoas em Búzios (RJ), que chegou a entrar em lockdown para tentar frear o aumento crescente dos casos de Covid-19. Distorcendo a realidade, disse que a cidade “resiste à estupidez, não se entregando docilmente ao medo, à histeria ou depressão”.

Observa ainda, no seu modo irresponsável de ver os fatos, que “ninguém se contamina em espaços abertos, porque o vírus não resiste ao sol”, influenciando negativamente o comportamento de muitos quanto à proliferação da doença. Por suas manifestações, já foi denunciada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que deverá analisar seu comportamento. Vivemos não somente a pandemia, mas tempos de estupidez e idiotice jamais experimentados. Triste situação.

Gilson Barbosa 
Jornalista