A mão de Deus

Escrito por
Gilson Barbosa producaodiario@svm.com.br
Jornalista
Legenda: Jornalista

Na correria de nossos dias, muitas vezes não nos apercebemos da beleza que nos rodeia, expressa pelos pequenos eventos rotineiros que, silenciosamente, atestam a obra divina. Imersos no burburinho da cidade, atribulados pela urgência da resolução dos problemas que surgem naturalmente em nossa rotina, não nos concedemos pequenos momentos de contemplação e relaxamento. Há quem os vivencie, mas a maioria das pessoas não se permite tais prazeres. E é assim que, voltados somente para as preocupações e atropelos do dia a dia, perdemos muito do espetáculo com o qual o Criador nos presenteia a todo instante.

As cidades, com sua agitação nervosa e costumeira, nos envolvem de tal maneira que não nos deixamos absorver, em nosso próprio benefício físico e mental, pelas situações e maravilhas com que a natureza, em seu eterno e harmônico ritmo, nos oferta. E esses pequenos encantos estão escondidos em eventos singelos, ao mesmo tempo belos, aos quais não voltamos nossos olhos, como deveríamos fazer, em prol de nossa saúde e deleite individual. Assim é que, por exemplo, o voo de uma borboleta, cumprindo sua missão de visitar as flores e polinizá-las, é ignorado pela maioria das pessoas. De outra forma, o canto dos pássaros, em meio ao alarido de automóveis e as conversas agitadas entre os habitantes das metrópoles, não é sequer escutado pelas pessoas. Essa azáfama, essa balbúrdia, não nos são positivas, como se vivêssemos apenas para solucionar emergências aqui e ali, muitas vezes fazendo-nos contrair problemas graves de saúde. Se bem pensassem, os indivíduos procurariam conciliar essas atitudes com ocasiões de mais silêncio e lazer. Viveríamos bem melhor, com toda a certeza!

Assim continuo a elencar outros belos espetáculos, como o da chuva que copiosamente cai sobre as montanhas, irrigando a terra e tornando-a bela e verdejante; as diversificadas formas do relevo das serras; o ritmo constante das abelhas que silenciosamente visitam cada flor, realizando seu belo e importante papel de fecundá-la; ou a própria variedade e encanto das flores, em imensa gama de cores e de espécies, geralmente ignoradas pela maior parte dos indivíduos que cruzam belos jardins, mas que, na pressa em que seguem, simplesmente correm contra o tempo, num ritmo acelerado que lhes consome o bem-estar físico e psíquico.

A mão de Deus está presente também no canto dos pássaros, na formosura e na graciosidade com que muitas vezes tentam até se aproximar das pessoas. Como disse Jesus Cristo no Evangelho de Mateus (6, 26-27), acerca da excessiva preocupação das pessoas com os desafios diários no presente e de sua pequena fé no amanhã, “observai as aves do céu. Elas não plantam nem colhem, nem guardam alimento em celeiros, pois o Pai celestial as alimenta”. Que saibamos, pois, ser sábios no sentido de contemplar também toda essa beleza que nos cerca e nos é dada para que enfrentemos, com mais calma e leveza, os obstáculos naturais desta passagem terrena que se chama vida.

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