Dólar deve continuar reagindo às incertezas

Escrito por Redação ,
Legenda: Moeda americana chegou a bater os R$ 3,40 na última semana, com notícias sobre a nota de risco do País

As cotações do dólar voltaram a se assanhar, em resposta ao aumento de incertezas político-econômicas. As fontes de pressão vêm de todos os lados, do exterior e, principalmente, do quadro doméstico.

A mais recente foi a insegurança gerada pela decisão da agência de classificação de risco Standard e Poor's (SP) de mudar o viés da nota de crédito do País de estável para negativa Não houve perda de grau de investimento, que confere a condição de bom pagador da dívida, mas a queda do País a apenas um degrau acima do grau especulativo atiçou os ânimos no mercado de dólar.

Essa decisão da SP, que alimentou o temor de uma fuga de capitais, foi precedida por uma outra, que também atiçou os investidores. Foi a redução do superávit primário, fatia de receitas acima das despesas, um excedente de recursos usado para o pagamento da dívida interna.

Comportamento

Em julho, até o dia 30, o dólar comercial acumulou valorização de 8,36%, desempenho que coloca a moeda americana no topo das aplicações mais rentáveis do mês. Desempenho idêntico é sustentado no ano, quando o dólar acumula valorização de 26,60%, também até o dia 30. O mercado de dólar é um dos principais termômetros do sentimento do investidor, que a qualquer sensação de desconforto leva dólares para fora do País. Uma desconfiança agravada ainda pela queda de braço entre os líderes do Congresso Nacional e a presidente Dilma Rousseff, em meio a um clima de hostilidades que têm dificultado também a aprovação de medidas que poderiam melhorar o desempenho da receita em relação a despesas públicas com maior eficiência.

Nesse ambiente conturbado pelas incertezas locais e internacionais, o dólar chegou a bater R$ 3,40 na última semana de julho. Embora tenha fechado o mês em nível mais baixo, o sentimento de pessimismo que varre o mercado assegurou ao dólar comercial a condição de aplicação mais rentável de julho, com valorização de 7% até quinta-feira última, dia 30.

Os analistas de mercado comentam que o conjunto de incertezas existentes no cenário político-econômico brasileiro é suficiente para manter o dólar em trajetória de alta.

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