Confiança da construção cai 0,9 ponto em fevereiro

Esta foi a terceira queda consecutiva do índice, levando-o para o nível mais baixo da série histórica

Escrito por Estadão Conteúdo ,

O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 0,9 ponto em fevereiro na comparação com janeiro, para 66,6 pontos, na série com ajustes sazonais, divulgou nesta quinta-feira (25) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Esta foi a terceira queda consecutiva do índice, levando-o para o nível mais baixo da série histórica. Na comparação com fevereiro de 2015, o ICST registrou retração de 12,9 pontos.

Para Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV, o desempenho da confiança setorial em fevereiro sinaliza a continuidade do encolhimento da construção para os próximos meses. "Ou seja, não se vislumbra ainda uma acomodação da atividade, mesmo que em patamar baixo. Muitos fatores estão contribuindo para este cenário, mas vale destacar que as incertezas no campo macroeconômico têm se mostrado como um dos principais 'gargalos' à melhoria dos negócios", afirmou.

Em fevereiro, a baixa do índice em relação a janeiro decorreu, principalmente, da piora da percepção do empresariado em relação à situação corrente dos negócios. O Índice da Situação Atual (ISA) teve queda de 1,9 ponto em fevereiro, para 63,6 pontos. A maior contribuição para o recuo deste componente veio do indicador que mede a satisfação com a situação atual dos negócios, que caiu 3,1 pontos em relação ao mês anterior, atingindo 64,5 pontos.

Já o Índice de Expectativas (IE) permaneceu praticamente estável ao variar negativamente 0,1 ponto, para 70,1 pontos no segundo mês de 2016. O resultado do IE foi reflexo, principalmente, do declínio do indicador que apura a perspectiva de demanda pelos serviços da empresa para os próximos três meses, com queda de 0 4 ponto ante janeiro.

De acordo com a FGV, nos últimos 12 meses o principal fator de limitação do setor na visão dos empresários é a demanda insuficiente. O índice já ocupava o topo da lista em fevereiro do ano passado, mas o porcentual dos entrevistados que apontaram este como principal problema para a construção avançou de 43,4% para 54,6%.

Em segundo lugar, com referência à incerteza no cenário macroeconômico, aparece o item "outros", com 29,8% das respostas. Já a competição no próprio setor caiu da segunda para a terceira posição, sendo apontada por 24,6% dos pesquisados.

INCC-M

O Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M) ficou em 0,52% em fevereiro, mostrando aceleração ante a alta de 0,32% registrada em janeiro, aponta FGV. O INCC-M acumula altas de 0,85% no ano e de 6,84% em 12 meses.

O grupo Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação positiva de 0,53% em fevereiro, após avanço de 0,52% apurado na leitura do mês anterior. Já o índice relativo a Mão de Obra variou 0,51%, após alta de 0,15%.

Cinco das sete capitais analisadas registraram aceleração em suas taxas de variação em fevereiro ante janeiro: Salvador (de 0 61% para 0,72%), Belo Horizonte (0,27% para 0,37%), Recife (1 13% para 2,34%), Rio de Janeiro (0,20% para 0,41%) e Porto Alegre (0,31% para 1,42%).

Por outro lado, houve desaceleração em Brasília (de 0,17% para -0,01%) e São Paulo (de 0,25% para 0,22%). 

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