Em meio a incertezas, Copom promove mais uma queda na taxa Selic

Este é o sétimo corte consecutivo da Selic pelo Copom, e deve influenciar todo o cenário econômico e de investimentos do Brasil

Legenda: Essa mudança no paradigma de cortes da taxa Selic indica um Banco Central mais conservador, que espera uma desaceleração na queda da inflação brasileira
Foto: Shutterstock

Em uma decisão que pode redefinir a trajetória econômica do Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou um novo corte na taxa Selic. Este é o sétimo corte consecutivo, desta vez de 0,25 pontos percentuais - o que trouxe a taxa para o novo patamar de 10,50% ao ano.

O novo corte pegou de surpresa o mercado por conta das recentes notícias de mudança nas metas fiscais do Governo para os próximos 2 anos. O BC fez um movimento de desaceleração no corte da taxa Selic, que vinha caindo 0,5 pontos percentuais em todos os cortes anteriores.

Essa mudança no paradigma de cortes da taxa Selic indica um Banco Central mais conservador, que espera uma desaceleração na queda da inflação brasileira. Investidores devem ficar atentos ao novo cenário econômico e se readequar suas estratégias de investimentos ante os novos desafios.

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A SELIC TEM UM PAPEL CRUCIAL NA ECONOMIA

A taxa Selic serve como uma bússola para todos os custos de empréstimos e retornos de investimentos do país. 

Quando ela cai, juros de empréstimos costumam diminuir, tornando o crédito mais acessível às pessoas e empresas em geral. Quando ela sobe, o crédito fica mais caro, desestimulando o consumo por parte da população.

O corte atual na Selic indica um esforço do BC para continuar estimulando a economia. No entanto, a queda ligeiramente menor que as anteriores reforça o posicionamento da instituição de que está de olho nos níveis atuais de consumo para buscar conter a alta da inflação.

O QUE MUDA PARA EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS

Após esse novo corte, a tendência é que os bancos também baixem as taxas de juros dos empréstimos (pessoais, consignados, financiamento etc), buscado estimular as pessoas ao consumo de bens e serviços.

De forma simples, essa medida tende a colocar mais dinheiro circulando na economia e aquecendo o comércio de forma geral.

Para quem já possui empréstimos em andamento, é uma excelente oportunidade para renegociar as taxas de juros do seu contrato – e até mesmo buscar a portabilidade dele para outros bancos que ofereçam condições melhores.

IMPACTOS NA RENDA FIXA

A partir de agora, investimentos atrelados à taxa Selic e CDI (Certificado de Depósito Interbancário), deverão ter um rendimento anual menor.

Já os investimentos de renda fixa com taxas pré-fixadas, ou que estão atreladas a índices de inflação, possuem uma dinâmica própria. Os investidores desses títulos deverão observar variações nos rendimentos caso queiram resgatar eles antes do vencimento – a famosa marcação a mercado.

Apesar da queda no rendimento dos títulos pós-fixados atrelados à Selic e CDI, isso não quer dizer que o investidor deverá resgatar os investimentos para colocar em renda variável (que tende a se beneficiar dessa queda). É importante lembrar que a renda fixa oferecem liquidez e segurança para a carteira, sendo imprescindíveis para aguentar momentos de muita volatilidade nos investimentos de renda variável.

A ASCENSÃO DA RENDA VARIÁVEL

Com o rendimento menor dos títulos pós-fixados de renda fixa, a renda variável ganha holofotes.

É bastante comum, em momentos de mercado como esse com a renda fixa pagando menos, que os investidores voltem seus olhos para ações e fundos imobiliários. A promessa de rentabilidade maior destes atraem os investidores – que em momentos assim aceitam correr mais risco em troca de maior retorno.

Em cenários como esse, a seleção criteriosa de ações e FIIs passa a ser ainda mais importante. Como diz aquele velho ditado: nem tudo que reluz é ouro.

Se você já me viu falado do feijão com arroz, sabe que eu preso sempre por investir em ativos consolidados em setores perenes. Mesmo em momentos de crise, ninguém deixa de pagar as contas de água, luz, internet, usar bancos e serviços de saúde. 

INVESTINDO NESSE NOVO CENÁRIO DE TAXA SELIC

Este novo corte representa tanto desafios quanto oportunidades dentro do cenário econômico atual. Investir com sabedoria e uma estratégia bem definida continua sendo a melhor forma de navegar nesta fase de incertezas e mudanças.

É importante lembrar que o Banco Central sinalizou que, apesar da queda menor, este não deve ser o último corte. Para o investidor de longo prazo, que pretende carregar uma carteira por 15, 20 anos, montar uma carteira equilibrada e bem fundamentada é essencial para conseguir resultados.

Se você ainda não tem uma estratégia de investimentos definida, esse é o melhor momento para fazer uma reflexão sobre os seus investimentos. Adequar a divisão dos pilares ao seu nível de risco aceito é essencial para o sucesso da sua carteira no longo prazo.

Não tente prever tendências. Não tente achar o ativo que vai render 3 mil vezes em poucos anos. Faça investimentos de forma sólida e estratégica que o seu resultado no longo prazo vem.


Disclaimer: Esta matéria tem finalidade unicamente informativa, de natureza educacional e não produzida com o intuito de servir como recomendação para produtos ou estratégias de investimento.

 

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