Surto de sarampo chega ao fim no Ceará

O Ministério da Saúde decretou, ontem, oficialmente, o fim do surto de sarampo no Ceará. Após quase dois anos registrando casos da doença de forma ininterrupta, o Estado já está há dez semanas sem novas ocorrências, período suficiente para comprovar a interrupção da cadeia de transmissão do vírus. Ao todo, desde a confirmação do primeiro registro, em dezembro de 2013, até o último, no dia 6 de julho deste ano, foram contabilizados 916 casos da infecção.

Durante o anúncio da notícia, nesta quinta-feira (24), em Brasília, o ministro Arthur Chioro atribuiu o resultado à articulação entre todos os órgãos de Saúde e às estratégias de vigilância desenvolvidas no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, foram gastos mais de R$ 2 milhões nas ações de combate à doença, realizadas em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Márcio Garcia, coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), afirma que o surto revelou falhas nas coberturas vacinais de muitos municípios do Interior e de bairros na Capital. Segundo ele, devido à alta capacidade de transmissão da doença e ao grande número de pessoas susceptíveis, houve dificuldades para controlar a doença em um menor espaço de tempo.

O infectologista pediátrico Robério Leite, do Hospital São José, reitera a necessidade de maior atenção aos trabalhos de proteção e controle. "O sarampo é o sinal inicial de que a cobertura não está boa. Podem vir, na sequência, doenças com menor transmissão, mas que também são graves, como é o caso da difteria, que começou a fazer casos em Pernambuco", afirma.

De acordo com a Sesa, para manter a situação sob controle, será intensificada a vacinação de rotina. "A vacina continua disponível nos postos. Toda criança deve tomar as três doses e adultos que não foram imunizados devem se vacinar", diz Garcia.