Sete pacientes com Covid-19 foram transferidos de Manaus para hospital da rede privada de Fortaleza

De acordo com a Unimed Fortaleza, três pacientes já receberam alta e nenhum veio a óbito em decorrência de Covid-19 na unidade

Escrito por Redação ,
Legenda: A capital do Amazonas passou a viver, no meio deste mês, um cenário de caos por falta de oxigênio na cidade
Foto: Michael Dantas/AFP

Sete pacientes foram transferidos de Manaus para uma unidade da Rede Unimed Fortaleza, desde o dia 9 de janeiro deste ano. Três deles já receberam alta, e nenhum faleceu, de acordo com a operadora de plano de saúde. Os pacientes ficaram em isolamento na ala Covid da unidade. 

A capital do Amazonas vive um novo caos na saúde pública, há duas semanas, quando faltou oxigênio em instituições da cidade, dificultanto o tratamento de pacientes e evidenciando a segunda onda de Covid-19 na cidade.  De acordo com especialistas, a alta de casos de coronavírus em Manaus pode ter ocorrido por conta da alta transmissibilidade da nova cepa.

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde do Ceará (Sesa),  ainda não há registros de infecções pela nova cepa no Estado. Em entrevista ao Diário do Nordeste, a secretária-executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Magda Almeida, explicou que o Ceará não realiza o procedimento de isolamento viral, necessário para realizar o sequenciamento do agente infeccioso. As amostras são enviadas à Fiocruz, no Rio de Janeiro, para a verificação da genotipagem do vírus. 

Sobre a capacidade de indentificação da nova cepa, a Unimed relatou, em nota, que as informações dos pacientes foram enviadas à Sesa."Estamos encaminhando as informações para a SESA, que está tomando as devidas providências", explica em nota.

Segunda onda em Manaus

A nova cepa do coronavírus originada em Manausé apontada como responsável pelo colapso registrado na capital amazonense em janeiro. A variante conhecida como P.1 foi identificada primeiramente no Japão, após quatro passageiros de Manaus que desembarcaram em Tóquio terem sido diagnosticados com Covid-19. O sequenciamento  do vírus feito no Japão foi comparado com os sequenciamentos de amostras do Amazonas colhidas entre abril e novembro e foram constatadas semelhanças.

O estado do Amazonas sofre com um forte aumento de casos da Covid-19 e sobrecarga no sistema de saúde público, com falta de oxigênio em hospitais e transferência de pacientes. Em 14 de janeiro, a situação crítica em Manaus foi confirmada pelo reitor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e administrador do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Sylvio Puga. 

Pacientes transferidos

Pacientes também seriam transferidos para o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC), de acordo com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). No entanto, até hoje, nenhuma trasnferência aconteceu.

Além do Ceará, foram disponibilizados hospitais federais do Maranhão (40), Rio Grande do Norte (10), Piauí (30), Paraíba (15), Pernambuco (10), Alagoas, Brasília (20) e Goiânia (20). “A expectativa é receber os pacientes nos próximos dias para tratamento em leitos de enfermaria e UTI”, afirma a Ebserh.
O ministro de Saúde, general Eduardo Pazuello, é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de conduta omissiva na crise. 

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