Seções eleitorais registram grande número de crianças acompanhando eleitores durante votação no CE

A Justiça Eleitoral recomendou que os eleitores compareçam ao local de votação desacompanhados para evitar aglomerações e diminuir riscos de contaminação do novo coronavírus

Escrito por André Costa e Lívia Carvalho , metro@svm.com.br
Foto: Isanelle Nascimento

A pandemia do novo coronavírus impôs protocolos de segurança inéditos às Eleições municipais deste ano. Horários preferenciais para idosos, uso de máscara e álcool em gel e voto sem biometria são algumas das novas medidas. A Justiça Eleitoral recomendou ainda que os eleitores compareçam ao local de votação desacompanhados. A página oficial do órgão reforçou que, "se possível, não leve crianças". A medida, no entanto, não tem se concretizado na prática.  

A manhã de votação foi marcada por várias crianças presentes em locais de votação, ao lado de pais e responsáveis. A design de interiores Tércia Marques Matos, 32, foi uma que levou seus dois filhos para votar no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).  “A única pessoa que poderia ficar com eles era minha irmã, mas ela está trabalhando como mesária”, justifica.  

Tércia, que está grávida de 8 meses, disse “não ter medo [do risco de contaminação pelo novo coronavírus]”, mas considerou que a votação “foi bem complicada, devido ao horário e o forte calor que as crianças enfrentaram”.  

Legenda: No dia de seu aniversário, Analice acompanhou os avós na votação
Foto: José Leomar

O casal Éverton e Eliane Fernandes levou a neta, Analice, que hoje completa dois anos de vida, para votação em uma das seções do colégio Ari de Sá. Para eles, a ida da pequena “é importante para ela já ir entendendo a importância do voto consciente”. O Militar Felipe Nobre, 41 anos, tem a mesma avaliação. Ele levou o filho Levi, de 4 anos, para acompanhá-lo durante a votação  na seção eleitoral no Centro Universitário Estácio do Ceará.

“Desde cedo quero que ele veja o nosso papel como cidadão”. 

A servidora pública Lívia Simplício, de 34 anos, foi outra que levou a filha para votação. Dessa vez, à pedido da menina. “Fiquei receosa, mas ela queria muito vir. Há alguns dias ela já acordava pedindo para votar e hoje resolvi trazer. A consciência quanto a importância do voto é válida”, disse.  

Foto: José Leomar

Apesar da orientação de não levar crianças para votação, a Justiça Eleitoral ressaltou que “não há recomendação de que a criança seja impedida de entrar na seção eleitoral”. Tércia conta que tinha esse receio. “Eu não sabia que seríamos barrados ou se conseguiria votar, por conta das crianças. Mas deu tudo certo”, descreve a design.  

Dispensada  

No início da manhã, a engenheira civil Diana Marinho, de 33 anos, que seria mesária nas Eleições 2020, no município de Caucáia, foi dispensada da atividade em Fortaleza. Ela levou a filha de 1 ano para o local de votação porque não tinha com quem deixar a bebê. “Acabei não conseguindo ninguém para cuidar dela, mas compareci mesmo assim para tentar explicar meu caso”, contou. 

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