Quatro grandes avenidas de Fortaleza passarão por requalificação

Vias consideradas estratégicas para o turismo da cidade receberão asfalto mais resistente para prevenir desgastes. Apesar da ação positiva, outras avenidas importantes da Capital estão em pior situação

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@diariodonordeste.com.br
Legenda: Reforma em quatro grandes avenidas de Fortaleza deve ser finalizada até o fim do ano. Apesar da presença de buracos e avarias, condutores pedem obras em outras vias importantes
Foto: FOTO: THIAGO GADELHA

Quatro extensas avenidas de Fortaleza, que integram diretamente os principais corredores turísticos da cidade, serão requalificadas. Uma licitação da Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), marcada para o fim do mês de agosto, objetiva contratar a execução dos serviços de melhorias na infraestrutura viária da Dom Luís, Desembargador Moreira, Abolição e Governador Raul Barbosa. A expectativa é que elas comecem no início de outubro e terminem até o fim do ano.

As obras, todavia, recebem questionamentos dos próprios condutores sobre a necessidade de reparos em outras vias da cidade.

O projeto mira a requalificação da malha viária e canteiros centrais das vias, compreendidas entre seis bairros: Mucuripe, Meireles, Aldeota, Dionísio Torres, Tauape e Aerolândia. As intervenções só devem ser iniciadas após o recebimento da ordem de serviço e executadas conforme prazos diferentes: nas três primeiras, será de três meses; somente na Raul Barbosa há previsão de quatro meses.

De acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), juntas, as quatro vias têm um fluxo médio diário de 175.355 veículos. A que recebe maior fluxo é a Av. Raul Barbosa, por onde passam, diariamente, quase 76 mil. Na justificativa do empreendimento, a Prefeitura de Fortaleza afirma que "esses trechos são de ligações viárias essenciais entre o setor hoteleiro principal da cidade, setor gastronômico, praias e o Aeroporto".

De acordo com o coordenador de obras de infraestrutura da Seinf, Guilherme Gouveia, um trecho da Desembargador Moreira, entre a Padre Antônio Tomás e a Abolição, não está inserido no processo licitatório, mas será contemplada em outra, que envolve a implantação de pavimento asfáltico intertravado (blocos de concreto) e correção de calçadas.

A reportagem do Sistema Verdes Mares percorreu, na última terça-feira (23), os quatro trechos incluídos na licitação. Em três deles - Dom Luís, Desembargador Moreira e Governador Raul Barbosa -, não foram encontrados grandes problemas. O asfalto tem remendos, ranhuras, depressões, trincas e pequenos buracos, mas nada que comprometa o fluxo delas, bastante intenso durante a manhã.

'Sem buracos'

"Aqui mesmo não tem buraco. Acho que deveriam aplicar esse dinheiro nos cantos que ficaram complicados depois da chuva", opinou o mototaxista César Silva, na Raul Barbosa. Avenidas em regiões periféricas carecem de reparos, reclamam condutores. O trecho com mais buracos é o da Av. Abolição, via que dá acesso às Praias de Iracema e do Futuro. A maioria dos veículos, principalmente os pesados, chega a frear antes de passar sobre eles.

Guilherme Gouveia explica que, "apesar de aparentemente terem as suas pavimentações de forma satisfatória", essas avenidas têm microdrenagens que precisam passar por um processo de requalificação para evitar, assim, a penetração de água. "Se não for feito, isso vai piorar o estado da base e trazer um serviço mais dispendioso no futuro", garante. Sobre intervenções em outras vias desgastadas, o coordenador lembra ações como a Operação Tapa-Buraco, intensificada durante julho e agosto, com o fim da quadra chuvosa.

Benefícios

A Seinf estima que, após a requalificação das quatro vias definidas na licitação, haverá redução do tempo de viagem dos usuários e do custo operacional, bem como a melhor organização dos embarques e desembarques, "conferindo maior conforto e segurança aos usuários e promovendo fluidez ao transporte público". O valor global das obras gira em torno de R$ 11,7 mi.

O documento considera que a área de implantação do projeto corresponde a 153.360 m² de requalificação de pavimentação, incluindo fresagem (remoção do asfalto antigo) e recapeamento (aplicação do novo) com um polímero modificado mais resistente, semelhante ao já colocado na Av. Senador Virgílio Távora, há um ano. Características das vias, como largura, sentido, faixas exclusivas, paradas de ônibus e estacionamentos, serão preservadas.

Outra medida será a pavimentação em concreto de paradas de ônibus - 100 metros de extensão na Av. Dom Luís e 60 metros nas demais. "É um pavimento rígido para dar maior vida útil nessa região, que sofre muito com os esforços de parada e arrancada dos veículos", explica Guilherme Gouveia. Além disso, também haverá a requalificação dos canteiros centrais.

Segundo o coordenador, as obras não devem impactar o trânsito de forma significativa porque as ações se concentrarão nos períodos da noite e madrugada. Qualquer necessidade de desvios ou estreitamentos deve ser informada previamente, em parceria com a AMC e a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor).

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