Psicólogos fazem atendimentos gratuitos durante a pandemia

Ansiedades, angústias e medos causados ou impulsionados pelos efeitos do novo coronavírus são compartilhados com profissionais especializados. Serviço pode ser agendado por telefone, site ou redes sociais de grupos

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Legenda: Isolamento social imposto diante da Covid-19 pode gerar detestabilidade emocional
Foto: Foto: Márcio Dornelles

Em meio à pandemia do novo coronavírus, as mudanças na rotina têm causado desconforto em muitas pessoas. Seja pelo confinamento, por medo de perder entes queridos ou mesmo de se contaminar, sintomas de ansiedade e depressão podem ficar mais evidentes. Para auxiliar nesse momento delicado, psicólogos se organizam para voluntariar o tempo de sessões aos que necessitam de ajuda emergencial.


Há um ano funcionando em locais públicos de Fortaleza, o projeto Escuta Na Praça teve de fazer mudanças para continuar atendendo gratuitamente. Antes do isolamento social obrigatório, os profissionais que fazem parte do projeto se dirigiam a uma praça. Os encontros agora acontecem de forma virtual. Quem tem interesse deve se inscrever nos plantões, que acontecem aos domingos, informando apenas nome, idade e telefone. O sigilo entre pacientes e psicólogos é garantido.


De acordo com coordenadora do projeto, a psicóloga Amanda Caroline Câmara Rodrigues, são 14 voluntários. A cada dia de serviço, de 10 a 12 pessoas são ouvidas por ligações telefônicas, chamadas de vídeo ou de voz.

“Às vezes é preciso você falar mesmo, e muitas vezes não consegue falar pra alguém dentro de casa, pra não deixar a pessoa preocupada. A escuta do profissional da psicologia é uma escuta que vai ter sigilo, que não vai ter preconceitos. É onde a pessoa se sente livre pra falar”.


Esse tipo de escuta também é oferecida pelo SOS Emocional, um projeto de plantão psicológico que atua em cinco estados do Brasil. Segundo a coordenadora do núcleo do Ceará, Catherine Moreira Conrado, todos os profissionais são treinados para lidar com momentos de crise. O objetivo do projeto não é realizar um acompanhamento psicológico, mas sim escutar o paciente em um momento de sofrimento emergencial e ajudá-lo a se estabilizar.“É importante para que a pessoa entenda que precisa legitimar esse sofrimento e buscar cuidado para isso”, explica Catherine, ao detalhar que não há público-alvo específico. Até profissionais da saúde, na linha de frente no combate ao vírus, procuram o apoio da rede para compartilhar medos e ansiedades.


A clínica particular Mundo Akar também faz parte dessa corrente de solidariedade em tempos de pandemia, promovendo atendimentos psicológicos em grupo de forma gratuita. “Quando a gente pensa em um equilíbrio, a gente pensa que precisa ter esse acompanhamento profissional para que as pessoas tenha um amparo, um direcionamento, uma ajuda”, pontua Cynthia Brito, gerente comercial da clínica.


Preocupações


“A morte, agora, é um tema o qual as pessoas estão pensando muito. Medo de morrer, medo de perder alguém próximo”, relata a psicóloga Amanda Caroline. A maioria dos que procuram o Escuta Na Praça, segundo ela, tem relatado ansiedades, conflitos entre familiares e dificuldades sentidas devido ao isolamento social e a perda da rotina.


Para a psicóloga Maria Teresa Arruda, quando a pessoa começa a ter dificuldades em se alimentar, dormir, pensamentos negativos frequentes, irritabilidade, sentimentos depressivos ou ideias suicidas, o ideal é buscar ajuda. A profissional é diretora do Instituto Logos, uma clínica particular da Capital que abriu horários para atender gratuitamente durante a quarentena. É preciso passar por uma triagem para ser atendido. “Qualquer sintoma que tire você do equilíbrio, que traga sofrimento grande, já é hora de procurar atendimento”, opina.

Para acessar

Escuta Na Praça: Instagram
@projeto_escuta_na_praca


SOS Emocional: (85) 99618.3805
Instituto Logos: (85) 99730.8383 ou 98130.1707

Clínica Mundo Akar :
sympla.com.br/mundoakarsocial




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