Pesquisa aponta ranking de desenvolvimento dos bairros

Escrito por Redação ,
Legenda: O bairro do Dendê apresentou o menor IDH-Longevidade, obtendo na pesquisa apresentada índice equivalente a 0,054
Foto: RODRIGO CARVALHO

Estudo deverá auxiliar ações para melhorar a qualidade de vida da população nas áreas com os menores índices

A pesquisa "Desenvolvimento Humano, por bairro, em Fortaleza", apresentada na tarde de ontem pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SDE), aponta que o Conjunto Palmeiras é o bairro com menor desenvolvimento da Capital, enquanto o Meireles apresenta os melhores índices na pesquisa, realizada com base nos dados do Censo Demográfico de 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo tem como objetivo analisar a situação do desenvolvimento humano em Fortaleza e, para isso, foi criado o Índice de Desenvolvimento Humano para recorte geográfico dos bairros da capital cearense (IDH-B).

Os bairros Pedras e Dendê tiveram os piores resultados em áreas específicas. Enquanto o bairro da Regional VI teve o índice de IDH-Educação mais baixo, o distrito da Regional IV tem o menor IDH-Longevidade.

A classificação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1 melhor o nível de desenvolvimento humano e, em sentido contrário, quanto mais próximo de 0, pior o nível de desenvolvimento. Foram avaliados os 119 bairros através de indicadores como renda, educação e longevidade.

Além do bairro Pedras (0,883), a lista dos 10 piores IDH-Educação apresentam também os distritos: Praia do Futuro I (0,886), Ancuri (0,888), Pirambu (0,889), Sabiaguaba (0,890), Cais do Porto (0,893), Autran Nunes (0,894), Granja Portugal (0,895), Siqueira (0,896) e por último o José Bonifácio (0,992).

Em relação ao IDH-Longevidade também estão listados, assim como o Dendê (0,054), os bairros Praia do Futuro II (0,075), Curió (0,100), Jangurussu (0,104), Passaré (0,109), Canindezinho (0,111), Genibaú (0,112), Conjunto Palmeiras (0,131), Aeroporto (0,133) e também o bairro Manuel Dias Branco (0,143).

Entre os melhores IDH da cidade de destacam os bairros Meireles (0,953), Aldeota (0,867), Dionísio Torres (0,860), Mucuripe (0,793), Guararapes (0,768), Cocó (0,762). Já dentre os piores resultados estão o Conjunto Palmeiras (0,119), que ocupou a última colocação do ranking, seguido dos bairros Parque Presidente Vargas (0,135), Canindezinho (0,136), Genibaú (0,139), Siqueira (0,149).

Para o vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena, o fator principal dos dados apresentados é o da educação. "O salário da pessoa, por exemplo, acaba ficando nivelado ao nível de educação que ele tem. Essa questão também implica em outros fatores como saúde e falta de espaços públicos", disse.

Agora, com a pesquisa em mãos, o vice-prefeito espera poder dirigir ações imediatas para melhorar a qualidade de vida da população nas áreas com os menores índices, como por exemplo a Regional V e também a Regional VI. De acordo com o titular da SDE, Robinson de Castro, antes desses dados, a Prefeitura

tinha apenas a intuição de quais eram os bairros menos favorecidos. "Agora, poderemos atuar de forma mais decisiva para combater a desigualdade", declara.

Gaveta

A presidente da comissão dos direitos dos idosos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE) e presidente da Associação Cearense Pró-Idosos (ACEPI), Ana Lucia Barbosa Gondim, afirmou que o ideal seria que a pesquisa servisse para a criação de politicas públicas para os idosos, mas não é isso que acontece. "Infelizmente os projeto não saem das gavetas", lamentou.

No Dendê, bairro com menor IDH-Longevidade, lembrou a presidente da ACEPI, existe um grande número de idosos e até mesmo grupos como "Os Cabelos Brancos do Dendê". "Apesar desse grande número de idosos naquela área aquele é um local desassistido", destacou.

Thiago Rocha
Repórter

 

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