Mobilidade urbana demanda incentivos estruturais; bicicletas se destacam em Fortaleza

Uso de bicicletas compartilhadas e redução de velocidade em vias movimentadas são algumas das ações de melhoria da mobilidade urbana na Capital

Escrito por Agência de Conteúdo DN ,
Legenda: Além de econômico, o uso da bicicleta como meio de transporte também traz benefícios para a saúde
Foto: Shutterstock

Há décadas um dos principais desafios das grandes metrópoles, o desenvolvimento de ações de mobilidade urbana que facilitem o deslocamento dos cidadãos de forma mais rápida e confortável é frequente em Fortaleza. Com uma frota de mais de 610 mil carros e 319 mil motos (dado de dezembro de 2020, de acordo com Ministério da Infraestrutura), o incentivo para que a população se desloque por meios alternativos é fundamental. 

Na capital cearense, o transporte por meio de bicicletas vem ganhando cada vez mais relevância. Para além de campanhas que apresentem os benefícios dessa prática, é preciso incentivo em termos de infraestrutura e acesso ao meio de transporte. De acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), o Bicicletar, sistema de bicicletas compartilhadas de Fortaleza, conta com 294.432 usuários cadastrados, que realizam uma média mensal de 102 mil viagens. Já o tamanho da malha cicloviária atual é de 391,5 km. A meta do município é chegar aos 500 km até 2024.  

Em pesquisa divulgada pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), Fortaleza foi considerada a capital brasileira na qual as pessoas mais vivem próximas à infraestrutura cicloviária. A média é de 50% dos habitantes vivendo a menos de 300 metros de uma ciclovia ou ciclofaixa. 

Para Mário Azevedo, professor do departamento de engenharia de transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), o trabalho de incentivo para um sistema de transporte por bicicletas adequado precisa ser encarado como prioridade pelos gestores públicos, pois mesmo quando já se alcançou um bom nível de cobertura, é preciso manutenção frequente.  

“Existe uma lei federal (nº 12.587) que estabelece essas diretrizes, de você priorizar o transporte ativo e o coletivo. Fortaleza tem seguido essa linha porque é considerada a correta para a cidade. É uma linha sustentável, que consegue manter as pessoas se locomovendo sem grandes custos, sem causar poluição”, pontua Mário.  

Ao todo, já são 191 estações do Bicicletar espalhadas por Fortaleza, além de oito do Mini-Bicicletar, segundo a AMC. Todas as informações de cadastro e uso podem ser encontradas no portal do projeto.  

Outra vertente do trabalho de melhoria da mobilidade urbana é a priorização do transporte coletivo ante o individual. Atualmente, Fortaleza conta com 128,2 km de faixas exclusivas para ônibus, que auxiliam na redução do tempo de viagem dos passageiros. Em 2021, as avenidas Osório de Paiva, Imperador e Engenheiro Santana Jr. passaram a contar com as faixas.  

Controle de velocidade para diminuir acidentes 

Ação tomada em outras grandes cidades, a redução da velocidade máxima em vias movimentadas visa reduzir a quantidade de acidentes e óbitos. De acordo com a Autarquia, a média de acidentes fatais nas vias de Fortaleza reduziu em 67% entre os anos de 2016 e 2020. Acidentes com vítimas feridas também tiveram redução de 20,9% no mesmo período, assim como os índices de atropelamento, que diminuíram em 19,7%. 

A Capital conta, atualmente, com 25 vias com velocidade reduzida para 50 km/h, sendo 16 implantadas somente em 2021. A medida segue orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que avalia que a redução de 60 km/h para 50 km/h aumenta em 10 vezes as chances de sobrevivência em um atropelamento. 

Para Mário Azevedo, a prática é uma importante ação de mobilidade urbana, pois auxilia na locomoção dentro da cidade, ao tornar o ambiente de circulação mais seguro e confortável para as pessoas.   

Veículos elétricos 

Outra forma de deslocamento disponível em Fortaleza que auxilia na redução de veículos particulares nas ruas e na diminuição da poluição é o sistema de carros compartilhados, conhecido como Veículos Alternativos para Mobilidade (Vamo). Por meio de cadastro no aplicativo, os usuários podem utilizar os veículos por períodos definidos de tempo, com taxas a partir de R$ 15. 

Atualmente, mais de 5 mil usuários cadastrados, com uma média mensal de 275 viagens por mês neste ano. Mensalmente, cerca de 90 novos usuários se cadastram no serviço. 

Serviço 

Conheça todas as ações realizadas pela AMC na Capital 
amctransito.com.br

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