Hospital de campanha do PV deve ser fechado em setembro
Uma das primeiras unidades para acolher pacientes com Covid-19 no Estado, hospital chegou a receber 48 pacientes em 24h, mas não tem mais internados. A Prefeitura estima que o local deve encerrar as atividades em até 45 dias.
Há 15 dias, o Hospital de Campanha do Estádio Presidente Vargas (PV), em Fortaleza, comemora a mesma vitória: desde 31 de julho, a unidade - uma das primeiras a ser construída no Ceará para auxiliar o combate ao novo coronavírus (Sars-Cov-2) - não realiza nenhuma internação de pacientes com Covid-19, seja nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) ou nas enfermarias, conforme a secretária de Saúde de Fortaleza, Joana Maciel. Com o resultado, o local poderá encerrar as atividades nos próximos 45 dias.
Os espaços, mesmo desocupados, permanecem disponíveis. Conforme a gestão, a estrutura permanecerá instalada por um período de análise da demanda por leitos na Capital, que pode durar mais um mês. Desde a inauguração, no dia 18 de abril, 1.239 pessoas foram encaminhadas para o tratamento no PV, e 83% delas estão curadas. Foram 1.025 recuperados na estrutura, que também registrou 140 óbitos pela Covid-19.
"Para se ter uma ideia, em apenas um dia, chegamos a receber 48 pacientes, um a cada 30 minutos. Os pacientes foram muito bem assistidos e felizmente, a gente pode evitar tragédias", comemora a secretária municipal.
Atualmente, o que se percebe é baixa movimentação. Não há registro de novas mortes desde o dia 27 de julho.
No último dia 30 de julho, três cearenses retornaram para casa após o tratamento recebido no local. Cenário bem diferente de quatro meses atrás, quando, no pico da doença, os 280 leitos construídos no aparelho operaram em capacidade máxima. "Nós estamos em situação de estabilidade, no entanto a epidemia não desapareceu, e por isso a gente ainda não desmobilizou o PV. Ele está com a sua estrutura física e de equipamentos, mas sem profissionais e sem pacientes", pondera Maciel.
Outras unidades
Além do PV, outros quatro hospitais de campanha continuam em atividade no Ceará: os de Sobral, Quixeramobim, Caucaia e Juazeiro do Norte. Uma unidade foi instalada em Maracanaú, mas não chegou a receber nenhum paciente pela baixa demanda.
A unidade de Juazeiro do Norte atende a pacientes da região do Cariri e iniciou os atendimentos no dia 5 de julho. O Hospital possui 80 leitos clínicos de baixa e média complexidade, com capacidade de ampliação para 120 leitos. Até a manhã desta sexta (14), 97 pacientes haviam sido acolhidos, dos quais 41 permaneciam internados. "Ainda não há data para desativação", afirmou a Prefeitura, em nota.
Em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, o hospital municipal de campanha tinha 12 pacientes internados ontem. A unidade conta com 18 leitos, sendo metade de UTI e metade de enfermaria. A Prefeitura informa que há previsão para que a unidade passe a realizar cirurgias eletivas (marcadas previamente) "a partir do fim do mês de agosto", incluindo especialidades como traumatologia e ginecologia.
Na Região Norte, o Hospital Dr. Estevam foi assumido provisoriamente pela Prefeitura de Sobral para dar suporte a pacientes com Covid-19. Segundo a gestão municipal, o número de leitos passou de 18 para 44 em maio. Desde março, 313 pacientes foram acolhidos - a maioria em junho, com 119 internados. Neste mês de agosto, foram 14 atendimentos.
A reportagem do SVM tentou entrar em contato com a gestão do hospital de campanha de Quixeramobim, mas as ligações não foram atendidas até o fechamento desta edição.