Hospitais públicos concentram mortalidade por Covid-19 "muito maior", aponta secretário da Saúde

A comparação com as unidades do sistema privado foi feita durante coletiva de imprensa on-line nesta terça-feira (14)

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Legenda: Dr. Cabeto ressalta a importância de procurar rapidamente o sistema de saúde, caso surjam os sintomas.
Foto: Foto: José Leomar

Os óbitos por Covid-19 no Ceará têm sido mais frequentes em hospitais públicos. A afirmação foi feita pelo secretário da Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins, o Dr. Cabeto, durante coletiva de imprensa on-line, nesta terça-feira (14). Segundo ele, embora os casos confirmados fossem mais frequentes em unidade particulares, o número também tem crescido na rede pública. 

O secretário explica que existe uma média de tempo entre o início dos sintomas em um paciente e o momento em que ele procura a unidade de saúde. No caso dos pacientes que buscam hospitais públicos, a média observada é maior, se comparada aos que se dirigem a unidades privadas. 

“Isso provavelmente explica a mortalidade nos hospitais públicos ser muito maior do que nos hospitais privados. No sistema público, as pessoas estão chegando três dias depois que começam os sintomas. E a gente sabe que tem um momento entre o quinto e o oitavo dia, que define se cura ou aumenta a gravidade”, detalha. 

A comparação, segundo Dr. Cabeto, faz sugerir uma possibilidade de acréscimos de mortalidade caso a chegada na Atenção Básica não seja estruturada, se o diagnóstico não for mais precoce, ou se não for mantido o número de leitos disponibilizados pelo Estado em todas as regiões. "Se houver uma saturação do sistema, a mortalidade pode aumentar, a exemplo do que aconteceu em outros países”, diz. 

Ele ressalta, ainda, a importância de procurar rapidamente o sistema de saúde. “Não hesitem em ligar no nosso 0800 ou entrar no chat pra tirar dúvidas. Mas se você tem mais de 60 anos, se você tem doenças crônicas, deve ser visto por um profissional de saúde que possa te orientar, pra gente monitorar os sintomas”, acrescenta o secretário. 

Óbito no IJF

Um maqueiro de 51 anos de idade, que trabalhava como prestador de serviços no Instituto Dr. José Frota (IJF), morreu na manhã da última segunda-feira (13) por complicações respiratórias causadas pela Covid-19. O óbito foi confirmado pelo hospital. O homem, que terá sua identidade preservada, passou oito dias internado na Unidade Especial do IJF 2.

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