Exercícios físicos ao ar livre durante a pandemia exigem os mesmos cuidados
Apesar de serem feitos em ambientes abertos, especialistas orientam que a prática da atividade física deve continuar seguindo os protocolos de segurança exigidos pelas autoridades
Manter-se ativo por meio da atividade física, principalmente em tempos de pandemia, tem se tornado a válvula de escape para muitas pessoas. Além de fazer bem para o corpo e para a mente, praticar exercícios em ambientes abertos, à luz do dia, auxilia na produção de vitamina D, por exemplo. Mas, será que dá para relaxar com os cuidados e prevenções contra o contágio e prevenção, mesmo ao ar livre?
De acordo com a infectologista Glaura Fernandes, do Núcleo de Oncologia e Hematologia do Ceará (NOHC), mesmo que as pessoas frequentem espaços públicos para praticar exercícios, é preciso tomar todas as medidas necessárias para evitar a proliferação da Covid-19. Segundo a especialista, ainda não é momento para relaxar com os cuidados, e sim, aumentá-los, mesmo com o avanço da vacinação.
“Nós ainda não temos o controle da pandemia. Pode parecer que estamos em um momento de mais calmaria, mas quando falamos em atividades físicas ao ar livre o nosso consolo é que a troca do ar é mais frequente. Então, as pessoas podem não ficar sempre naquele ambiente fechado, respirando o mesmo ar, por vezes, contaminado. Mas, se não houver o cuidado de fazer o uso correto da máscara, higienizar o instrumento de trabalho da execução do exercício e em seguida tocar outra pessoa que esteja contaminada, você pode ter transmissão da doença”, alerta a especialista.
Foi pensando nesses cuidados que o empresário e educador físico, Alfredo Bessa, intensificou as medidas de prevenção com seus alunos. Segundo ele, já eram tomadas mesmo antes da pandemia, e agora, com o aumento de pessoas praticando atividade física ao ar livre, redobraram.
"Antes da pandemia o único procedimento que nós não tomávamos era o uso de máscara, mas todos os outros nós já usávamos, como o higienizar os equipamentos etc. Com a chegada do novo coronavírus, era preciso mostrar o diferencial que a prática da atividade física ao ar livre traz às pessoas por ser em ambiente aberto”, explica o educador físico.
Alfredo explica ainda que foi preciso mudar a estratégia das aulas para evitar o máximo de contato possível e diminuir a proximidade entre as pessoas. “Por exemplo, quando o método da aula do dia era o que chamamos de circuito. A nossa preocupação era dividir a turma num treino funcional, no qual todos não se concentrassem no mesmo momento”, explica.
A prática da atividade física sempre fez parte do cotidiano de Joyce Vieira. Aos 62 anos, ela conta que sempre foi adepta a esportes ao ar livre, seja praticando corrida de rua, musculação ou aulas de funcional. Por ser do grupo considerado de risco, a aposentada, já vacinada com as duas doses da vacina, explica que nunca deixou de tomar todos os cuidados, mesmo estando em ambientes abertos. Para ela, é possível fazer os treinos tomando os cuidados.
“No início da pandemia eu não me sentia segura, por ser algo novo. Mas, com o passar do tempo, e com os esclarecimentos dos profissionais de saúde em relação aos cuidados de prevenção, eu passei a me sentir bem mais confiante. Mesmo estando em ambiente aberto, jamais deixo de usar a máscara e procuro sempre manter um certo distanciamento dos outros alunos, afinal de contas a pandemia ainda não acabou”, comenta.
Dicas para manter os cuidados
- Evite aglomerações. Se puder, faça os exercícios em horários alternativos, de menor movimento;
- Para melhorar a respiração durante a atividade melhora, evite máscaras de tecido sintético.
- Leve sua própria garrafa de água;
- Mantenha o distanciamento social entre um e dois metros;
- Sentiu sintomas gripais? Evite praticar exercícios ao ar livre nesse dia.