Equipe do Hospital Universitário da UFC é homenageada por realizar 2 mil transplantes de fígado

Profissionais pioneiros em transplantes no Ceará e famílias dos doadores de órgãos também foram homenageados

Escrito por Redação ,
Legenda: Equipe multiprofissional alcançou feito histórico no fim do mês de agosto
Foto: Divulgação/Unidade de Comunicação Social do Complexo Hospitalar

Encerrando a Campanha Setembro Verde, cujo intuito foi sensibilizar a população para a doação de órgãos e tecidos, a Universidade Federal do Ceará (UFC) promoveu nessa quinta-feira (30), um evento em homenagem à equipe multiprofissional do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da instituição, por atingir a marca de 2 mil transplantes hepáticos realizados. 

Durante o evento, realizado no auditório da Reitoria da UFC, também foram homenageados os profissionais pioneiros em diferentes tipos de transplantes no Ceará e as famílias dos doadores de órgãos, segundo o chefe do Serviço de Transplante Hepático do HUWC e presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Huygens Garcia. 

Conforme o médico, a marca dos 2 mil transplantes de fígado foi alcançada no último dia 25 de agosto, mediante um trabalho contínuo desenvolvido pela equipe multidisciplinar do HUWC desde 18 de maio de 2002, quando houve o primeiro transplante. 

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Huygens Garcia frisa que a equipe realizou a maioria dos transplantes hepáticos no HUWC, mas também em outras duas unidades hospitalares credenciadas pelo SUS para transplantes: o Hospital São Carlos e o Hospital São Camilo.

"Em 1977 foi realizado no Ceará o primeiro transplante renal no Norte-Nordeste. E assim por diante o de pâncreas, o de fígado, o de coração, de pulmão", diz, apontando para o avanço na área nos últimos 20 anos. 

"Houve uma evolução muito grande em relação à tecnologia, à diminuição do tempo do transplante, que no começo durava dez horas, agora, dura quatro horas a quatro horas e meia. Houve recuperação mais rápida dos pacientes e também uma melhora das doações de órgãos no Brasil e no Ceará". 

Para a médica nefrologista da equipe de transplante de fígado do HUWC, Regina Garcia, não é comum ver uma única equipe realizar tantos procedimentos. "É um número expressivo. Acho que no Brasil não existe uma mesma equipe que fez esse número de transplantes". 

Legenda: Equipe do HUWC realizou o primeiro transplante de fígado há 19 anos
Foto: Nah Jereissati

Campanha acelera retomada de doações

Conforme o presidente da ABTO, a pandemia de Covid-19 provocou uma "queda enorme" no número de doações e transplantes de órgãos e tecidos no Ceará e em todo o Brasil. No primeiro semestre deste ano, exemplifica, a taxa de doadores efetivos no Brasil caiu 13%. No Ceará, foi para 17%, mantendo um melhor desempenho.

"O Ceará sempre foi um Estado com destaque na doação de órgãos. E agora nós estamos vendo que, após agosto, principalmente com a Campanha Setembro Verde, começou a aumentar a doação [de órgãos]. E é isso o que a gente está precisando nesse período porque houve um aumento da mortalidade nas filas de transplante renal e de fígado, os dois órgãos mais transplantados", acrescenta Huygens Garcia. 

No painel Indicadores de Doação e Transplantes de Órgãos e Tecidos, disponível na plataforma IntegraSUS da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), em 2019, antes da pandemia, foram realizados 1.616 transplantes no Estado, com 257 doações efetivas.

Já em 2020, durante a pandemia, o número de transplantes caiu 30,5%, totalizando 1.122 procedimentos e 193 doações efetivas. No ano passado, foram realizadas no Estado 179 transplantes de fígado e 178 de rim. Já 2019, foram, respectivamente, 271 e 229. 

De 1º de janeiro de 2021 até essa quinta, o painel da Sesa somou 119 doações efetivas e 904 transplantes, sendo 109 de fígado e 107 de rim. 

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