"Em nenhum momento nós desistimos das meninas", relata mãe de gêmeas siamesas recém separadas
Os próximos desafios de Maria Ysadora e Maria Ysabelle, de 2 anos, são os estímulos para sentar, ficar de pé e aprender a andar
A felicidade e o alívio pelo sucesso da última cirurgia de separação das gêmeas siamesas Maria Ysadora e Maria Ysabelle, de 2 anos, estão estampados no rosto dos pais Débora Freitas e Diego Farias. Após dois anos e quatro meses de espera, o casal pode segurar individualmente as meninas. "Senti a emoção. Parece que eu tinha tido elas naquele momento e era a primeira vez que eu tinha pegado elas. Porque eu nunca tinha pegado elas separadas, sempre juntinhas. Foi uma emoção muito grande", declara a mãe.
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As gêmeas permanecem internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto, em São Paulo. Nos passos seguintes da recuperação, as meninas receberão estímulos para realizarem ações antes impossíveis como sentar, ficar de pé e aprender a andar.
Débora Freitas fala sobre a difícil mudança para São Paulo. "Em nenhum momento ele (pai) desistiu das meninas e nem eu. Nem ele quis desistir de nada. Largou trabalho, largou tudo, largou família, deixou a mãe sozinha no Ceará e veio pra cá", afirma. "Graças à Deus, não tem luta sem vitória e nós conseguimos a nossa", completa a mãe.
O chefe da equipe responsável pelo caso, Hélio Rubens, dá resultados promissores. "Se uma criança está olhando, se ela chora, se ela reconhece a mãe, e elas já estão reconhecendo desde o começo, isso para nós significa que o cérebro está funcionando de uma forma harmônica. E significa que não existe nenhuma lesão grave", explica o médico.
A esperança do pai é que a família possa celebrar as festas de fim de ano em Patacas, distrito de Aquiraz, onde moram. "Mesmo que a gente volte em janeiro ou fevereiro para fisioterapia, a gente está com essa expectativa de passar o Natal e o Ano Novo em casa, na nossa terra, no Ceará", diz Diego Farias.
"Hoje foi a primeira vez que nós botamos elas juntinhas uma da outra. Aí o que aconteceu? Grudaram os pés (risos). Eu achei mais fácil elas desencostarem os pezinhos", relata com emoção Débora Freitas.