Defensora dos pobres faz 85 anos

Escrito por Redação ,
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Uma vida marcada de lutas e ajuda aos pobres. Assim vive até hoje a irmã Imelda de Lima Pontes, freira da Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria. Ela comemorou ontem a passagem de seus 85 anos com Missa de Ação de Graças.

Nascida na cidade de Acarape, quando professou a fé e tornou-se freira irmã Inelda passou um tempo no Estado do Pará. Mas logo voltou ao Ceará e, em Fortaleza, iniciou seus trabalhos de caridade com presidiárias.

Com o decorrer do trabalho, ela sentiu a necessidade de mais informações para ajudar as pessoas. Em 1970, decidiu cursar faculdade de Direito na Universidade Federal de Ceará (UFC). “Eu fiz Direito para entender e ajudar mais aquelas mulheres que precisavam muito de apoio”, disse.

Com satisfação, irmã Imelda foi o primeiro membro religioso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e fundou o Departamento Social de Direito e Paz, com o objetivo de prestar assistência forense e social aos pobres.

Ela também lembra com felicidade das causas que defendeu e obteve vitória, como as ações contra despejos. “Mas não esqueço as causas que perdi. Elas trouxeram grandes lições para minha vida”, disse.

Sem esquecer seus trabalhos de caridade, foi diretora do Instituto São José por mais de 15 anos, onde sempre deu prioridade aos estudantes mais necessitados. Lá também funcionava o seu escritório de advocacia.

Ela esteve presente nas lutas feministas empreendidas no Estado e sempre apoiou e participou dos movimentos estudantis contra a ditadura, além de ter lutado pela anistia dos presos políticos do golpe de 1964.

“Eu sou uma pessoa política, quem não é político não pode ser caridosa”, afirmou irmã Imelda. Ressalta que sempre pensou que a sociedade seria melhor se houvesse mais igualdade, e complementa que tem um pensamento socialista e já foi muito criticada. “Mas eu não ligo, eu sou comunista como Jesus foi”, lembrou.

Em 1998, ela lançou o livro “O Marginalizado é Gente”, no qual conta os trabalhos que desenvolveu como advogada, fatos cômicos e as lutas que empreendeu em sua vida.

Em sua lucidez e com uma ótima memória, irmã Imelda defende a vida como um dom de Deus. E segundo ela, esse é também um dever dos advogados, profissão que ela se orgulha de ter exercido e que até hoje ainda executa. “Quando me procuram eu ainda faço alguns recursos e trabalhos para pessoas que não podem pagar um advogado”, disse.

De acordo com a irmã Maria Celeste Conde, apesar da idade, irmã Imelda fica sempre meditando e repousando em seu quarto, é pontual em suas orações e não reclama de nada.

Os cânticos e a palavra tornaram a missa, celebrada pelo padre Antônio Gomes, da comissão da causa de beatificação e canonização de Dom Lustosa, um momento de emoção para irmã Imelda.

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