Covid: videochamadas são alternativas para consultas com psicólogos durante restrição de circulação

Pacientes mantém os cuidados com a saúde mental em casa por meio dos serviços de telessaúde

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Psicóloga atende os pacientes de casa para evitar contaminação pelo novo coronavírus
Legenda: Psicóloga atende os pacientes de casa para evitar contaminação pelo novo coronavírus

Além da atenção com o corpo físico, cuidar da saúde mental reúne pacientes e profissionais nos teleatendimentos durante a propagação do novo coronavírus no Ceará. Com as recomendações para distanciamento social como forma de evitar a Covid-19, válidas desde o dia 20 de março, as videochamadas para consulta com profissionais da saúde ganharam maior adesão.

Desde então, os termos digitais se tornaram mais comuns no vocabulário cearense, como observa Luiz Roberto de Oliveira, coordenador do Núcleo de Tecnologias e Educação a Distância em Saúde (Nuteds), na Universidade Federal do Ceará (UFC). “Nem sempre o paciente e o médico, ou se você se estender para as outras áreas da saúde - e aí entra o termo ‘telessaúde - podem se encontrar presencialmente. Muitas vezes esse fato, atrapalha ou impede a prestação de alguma atenção à saúde. Então, a telemedicina e a telessaúde procuram resolver isso mediando essa conversa através de algum meio de comunicação”.

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Atender os pacientes por videochamadas não foi uma novidade para a psicóloga Camilla Angelim. Já em 2019, logo após a liberação do Conselho Federal do Psicologia (CFP) dos teleatendimentos, a profissional começou a fazer consultas dessa forma.

“A grande diferença que eu percebo é que algumas pessoas, por conta da pandemia, a única opção era continuar o processo online, então chegaram um pouco receosas, mas ao mesmo tempo fomos surpreendidos com o quanto funciona bem”. Entre esses aspectos, foi intensificado o autoconhecimento no período de reclusão. Também são atendidos pacientes fora do país.

"Quantas pessoas não fizeram dessa crise uma oportunidade para desenvolver sua paciência, desapego, nível de controle e de entrega, espiritualidade? Ter um momento de interação maior com as pessoas da família e sair um pouco do automático"

Pacientes do interior do Estado e brasileiros em outros países conseguem ser acompanhados pela profissional que atua em parceria com a também psicóloga clínica, Julliana Angelim. "Até alguns processos que a gente iniciou no consultório presencial de pessoas de Fortaleza, mas que mudaram de cidade e quiseram continuar o atendimento pela questão do vínculo", observa. Assim, os atendimentos exclusivos por meio online devem continuar sendo prestados. Frequência e valores da consultas permanecem os mesmos.

A mudança de cenário pode impactar na privacidade ou ter interferência do ambiente domiciliar, como dos filhos pequenos ou demandas da casa. "No atendimento presencial, algo que faz falta, é o abraço. No final da sessão se cumprimentar de forma mais próxima", acrescenta. A profissional analisa do período em que parar com ritmo diário se tornou obrigatório, pensar na saúde mental foi uma consequência que deixa aprendizados para o futuro.