Covid-19: confirmando 4 a cada 10 testes, Ceará atinge a maior taxa de positividade desde junho

Análise do total de exames feitos por semana indica crescimento do número de pessoas infectadas pela doença no Estado

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(Atualizado às 14:58)
Foto mostra realização de testes
Legenda: O teste rápido identifica se o paciente possui anticorpos para a doença, sendo recomendado após o período inicial da infecção
Foto: Camila Lima

Na última semana, a taxa de positividade dos exames para identificação do novo coronavírus no Ceará alcançou o maior percentual dos últimos cinco meses. O índice medido entre os dias 22 e 28 de novembro está em 46,1%. Os dados, registrados pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) na atualização das 14h deste domingo (29), indicam que a cada 100 indivíduos testados, 46 estão com coronavírus.  É a maior taxa desde a semana entre 14 e 20 de junho, quando ela estava em 44,77%. 

O indicador é feito com base no número de testes para Covid-19 realizados por semana em todos os municípios cearenses. Na semana epidemiológica 25, de 14 a 20 de junho, 2.594 (44,77%) pacientes testaram positivo para a doença, contra 5.820 (46,1%) da semana 48, de 22 a 28 de novembro. Os registros também indicam aumento do número de testes.

Até agora, a maior taxa de positividade foi observada no Ceará na semana do dia 26 de abril a 2 de maio, quando 77,9% dos pacientes testados tiveram confirmação da presença do vírus. À época, 4.657 pessoas receberam teste positivo. Já a menor taxa foi de 12,54%, aferida entre os dias 30 de agosto e 5 de setembro.

O sinalizador da propagação da doença entre os municípios cearenses aumentou de 22,94%, na semana anterior - do dia 15 a 21 de novembro - para 44,77% na análise feita até o último sábado (28).

Processo de testagem

A pedagoga Ana Arcanjo, de 48 anos, precisou de atendimento em várias unidades de saúde de Fortaleza até receber o resultado positivo para a doença, no último dia 16, após fazer o teste de swab, que analisa a presença do vírus por meio de amostras da mucosa do nariz. “Eu comecei a sentir os sintomas de dor no corpo, dor de cabeça, indisposição e febre. No outro dia, me faltou o cheiro e o paladar. Como eu não tenho plano de saúde eu fui no posto e já fui tratada como paciente de Covid”, lembra.

Mesmo sem realizar exame na ocasião, Ana recebeu medicação e foi orientada a dar continuidade ao tratamento em casa. Devido às crises de tosse seca, ela voltou a procurar atendimento em hospital público. “Aumentaram a medicação e passaram a bombinha para, caso a tosse não melhorasse, eu voltasse para fazer outros procedimentos porque a tosse era sinal de piora”. Depois disso, a pedagoga foi a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde realizou Raio-X e hemograma.

Só em outro atendimento, em um posto de saúde, foi feito o teste para coronavírus, quando recebeu a confirmação da doença, mas os cuidados para a evitar a propagação do vírus foram tomados desde o início dos sintomas. Ana se afastou do trabalho e permaneceu isolada por conviver com idosos.

“Eu passei 18 dias dentro do meu quarto sem janela e descobri o quanto uma janela é importante. Teve dias que eu me senti muito ruim. O emocional agrava o físico porque mexe demais com você, dá medo de causar o mal para outras pessoas, medo de morrer, de faltar o ar. É muito desesperador”, reflete.

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